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Vol. 44. Issue S2.
Pages S325 (October 2022)
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TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE MEDULA ÓSSEA COM PRODUTO CRIOPRESERVADO VERSUS NÃO CRIOPRESERVADO EM PACIENTES PORTADORES DE MIELOMA MÚLTIPLO
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CFM Silva, CV Mendonça, GM Cuquetto, ASCP Campos, TA Barros, R Schaffel
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Comparar aspectos relacionados ao transplante de medula óssea autólogo (TMOa) com e sem criopreservação do produto em pacientes portadores de mieloma múltiplo (MM) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Materiais e métodos

Foi realizada análise retrospectiva com pacientes submetidos a TMOa entre os anos de 2020 e 2022 no serviço de transplante de medula óssea do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Os desfechos primários avaliados foram pegas neutrofílica e plaquetária e tempo total de internação. Como desfechos secundários avaliados necessidade de suporte transfusional, número de hemocomponentes transfundidos, tempo de neutropenia, custo e falha de pega do enxerto. Todos os pacientes foram mobilizados com G-CSF subcutâneo na dose de 10 mcg/kg/dia e o regime de condicionamento proposto com melfalan 200 mg/m2 (que poderia ter sua dose modificada de acordo com a idade e comorbidades). A quantificação de células CD34+ foi realizada por citometria de fluxo no quarto dia da mobilização e, quando contagem acima de 9 células CD34+/mm3, a aferese para coleta era realizada no dia seguinte. Foram excluídos os pacientes com falha de mobilização. A criopreservação seguiu protocolos institucionais para o congelamento e utilizou DMSO no produto, enquanto o produto não criopreservado permaneceu refrigerado a 4°C até a infusão, por até 48 horas.

Resultados

Foram avaliados 11 pacientes submetidos a TMOa com produto criopreservado e 8 com produto refrigerado. Não houve falha de pega do enxerto, bem como diferença significativa entre os tempos de pegas neutrofílica (mediana de 10,5 dias vs 12 dias) ou plaquetária (mediana de 11 dias para ambos). Em relação ao tempo de internação, foi superior no grupo submetido à criopreservação (mediana de 26 dias contra 20.5 dias) ao levarmos em conta as duas internações necessárias: uma para mobilização e coleta e outra para infusão e pega, elevando também os custos do transplante nesse grupo. Quanto ao suporte transfusional, foi semelhante nos dois grupos com mediana de um concentrado de hemácias e uma aférese de plaquetas em ambos. Tempo de neutropenia foi inferior no grupo criopreservado (6 dias vs 4 dias).

Discussão

O TMOa faz parte do tratamento padrão dos pacientes portadores de MM elegíveis. Mesmo com advento de novas drogas, estudos recentes seguem demonstrando maior sobrevida livre de progressão em pacientes submetidos ao procedimento. Na literatura há trabalhos que comprovam ser viável e factível a utilização de produtos não criopreservados, reduzindo custos, possibilitando maior número de centros a realizarem transplante, poupando a exposição do paciente ao DMSO e com resultados comparáveis à modalidade tradicional. Nossa pequena série de casos vai ao encontro desses achados. Os pacientes submetidos ao transplante não criopreservado não apresentaram atraso na enxertia neutrofílica ou plaquetária, não houve falha de pega do enxerto e permaneceram menos tempo internados, reduzindo gastos e possibilitando maior rotatividade de leitos.

Conclusão

Para serviços com alta demanda de pacientes com indicação do procedimento e recursos financeiros limitados, o TMOa não criopreservado para portadores de MM se mostrou uma estratégia acertada, sem riscos ou prejuízo para os desfechos avaliados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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