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Vol. 44. Issue S2.
Pages S407-S408 (October 2022)
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SÍNDROME MIELODISPLÁSICA E SUPORTE TRANSFUSIONAL
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MML Louback, O Pereira, M Gramatico, D Vidal, J Todesco
Clínica de Hemoterapia, Niterói, RJ, Brasil
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Introdução

As síndromes mielodisplásicas compreendem desordens clonais heterogêneas da célula progenitora hematopoiética, que podem progredir para Leucemia Mielóide Aguda em cerca de 40% dos pacientes. Uma ou mais citopenias são observadas no sangue periférico, associadas a uma medula óssea normo ou hipercelular (hematopoiese ineficaz). As SMD podem ser idiopáticas ou secundárias a quimioterapia e radioterapia. Cursam como doenças oligossintomáticas, de difícil diagnóstico diferencial com outras causas de anemia e plaquetopenia. Mais de 80% dos indivíduos acometidos têm idade acima de 60 anos e apenas 8 a 10% menos de 50. Acometem mais indivíduos do sexo masculino e a maioria é de origem idiopática.

Objetivos

Quantificar as transfusões realizadas em pacientes com SMD no ambulatório da Clínica de Hemoterapia.

Material e métodos

Foram avaliadas num período de 30 meses (janeiro/20 a junho/22), as transfusões realizadas no ambulatório da Clínica de Hemoterapia em pacientes com diagnóstico de SMD. Avaliamos sua necessidade transfusional, considerando o número de transfusões de concentrados de hemácias e de concentrados de plaquetas (em pool ou aférese).

Revisão de literatura

As SMD se caracterizam por citopenias isoladas ou combinadas, associadas a alterações de maturação em uma ou mais linhagens hematopoiéticas. Cursam com anemia muitas vezes acompanhada de trombocitopenia e/ou leucopenia. Os eritrócitos são macrocíticos ou dismórficos, muitas vezes hipocrômicos e os granulócitos podem apresentar hipogranulação. De 30% a 60% dos pacientes possuem cariótipo normal. A classificação adotada pela OMS a partir de 2001 considera o número de linhagens hematopoiéticas acometidas, o percentual de blastos e o tipo de anomalia citogenética. A principal diferença para a LMA está na contagem de blastos, inferior a 20% nas SMD e superior a 20% na LMA. O diagnóstico diferencial é feito com outras patologias citopênicas, hematológicas ou não, tais como anemia aplástica, mielofibrose e doenças autoimunes.

Resultados

Foram atendidos 55 pacientes, 29 masculinos (52,8%) e 26 femininos (47,2%), com idade média de 74,5 anos (mínima de 40 e máxima de 92), sendo 90% acima de 60 anos. Dos 2289 CH transfundidos no ambulatório neste período, 534 (23,32%) foram em pacientes portadores de SMD, assim como 133 (46,83%) das 284 transfusões de CP (pool ou aférese). Dos 55 pacientes, 54 receberam transfusão de CH (1 a 51) e 16 receberam transfusão de CP (1 a 30).

Discussão

Os pacientes portadores de SMD corresponderam a quase das transfusões de CH e a metade das transfusões de CP realizadas a nível ambulatorial, comprovando a alta prevalência desta síndrome, principalmente na população idosa. Nas SMD, a anemia não melhora com tratamentos tradicionais (reposição de ferro, folato, vitamina B12, eritropoetina). Por serem pacientes idosos e portadores de comorbidades, não toleram tratamentos quimioterápicos agressivos nem são candidatos a transplante de medula óssea. Assim sendo, é comum a evolução para necessidade de suporte transfusional de CH e, eventualmente, de CP.

Conclusão

Embora variável em número, frequência e tipo de hemocomponente, o suporte transfusional é quase sempre necessário durante a evolução das SMD, e os serviços de hemoterapia devem estar preparados para atender esta demanda.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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