O estudo pretende analisar as diretrizes do programa de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde no Hemocentro Público do Estado do Ceará e ações da instituição sobre a segregação correta dos resíduos.

O estudo foi realizado no ano período de janeiro a dezembro de 2021, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - HEMOCE. Foram realizadas visitas mensais nos setores utilizando um instrumento para avaliar a segregação dos resíduos, onde foram verificados os seguintes pontos: conteúdo de cada lixeira; identificação das lixeiras; capacidade dos sacos nas lixeiras; integridade das lixeiras; e capacidade do coletor para material perfurocortante e presença de suporte para coletor de material perfurocortante.

A meta estabelecida foi de 85% de áreas aprovadas na segregação de resíduos. Obtivemos os seguintes resultados no ano de 2021 nos meses de Janeiro(87,2%), Fevereiro(90,7%), Março(83,3%), Abril(89%), Maio(84,2%), Junho(84,6%), Julho(90,7%), Agosto(89,1%), Setembro(77,3%), Outubro(86,9%), Novembro(92,8%), Dezembro(89,2%). Tivemos 4 meses abaixo da meta (Março, Maio, Junho e Setembro), onde foram realizadas orientações com os profissionais das equipes presentes no momento da visita. Os erros mais comuns encontrados foram relacionadas aos descartes dos resíduos dos grupos A, E e D, resíduos biológicos, perfurocortantes e comuns, respectivamente. Os principais foram a mistura de resíduo comum não reciclável com resíduo comum reciclável; mistura de resíduo comum não reciclável com resíduo perfurocortante e a mistura de resíduo comum não reciclável com resíduo biológico.

O impacto da destinação incorreta dos resíduos comuns nos coletores de resíduos infectantes gera prejuízo financeiro e para o meio ambiente em decorrência do depósito de maior volume de resíduos. No caso dos resíduos infectantes dentro de coletores de resíduos comuns, pode gerar contaminação, principalmente dos profissionais da limpeza. No caso da mistura de resíduos comuns não recicláveis com resíduos comuns recicláveis, desperdiçamos um material que poderia ir para a reciclagem. Outro agravante para o problema em discussão é o descarte incorreto feito pelo público externo (doadores e pacientes), pela falta de uma melhor divulgação/ informação nos espaços por onde circulam.

Para o enfrentamento das questões aqui apontadas, acredita-se que a capacitação permanente dos profissionais e pessoas que circulam nas instalações dos serviços de saúde é fundamental. Para os profissionais da instituição, deveria anteceder logo na admissão dentro do serviço sobre o correto manejo dos resíduos. Para o público externo, seria interessante a divulgação/ sinalização de informações sobre o assunto. A capacitação e a conscientização tem objetivo de mudança de comportamento e atitudes, voltados para responsabilidade social do profissional com a população, com o meio ambiente e a saúde. Na formação dos futuros profissionais, as questões envolvendo o meio ambiente devem ser amplamente debatidas para que estes possam desenvolver uma visão crítica acerca da preservação do meio ambiente e contribuir para a sustentabilidade do planeta.