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Vol. 42. Issue S2.
Pages 87-88 (November 2020)
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RITUXIMABE COMO TERAPIA DE SEGUNDA PARA PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE: EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO BRASILEIRO
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F.M. Marques, N.M. Galassi, E.X. Souto, A.L. Stollenwerk, D.A.G. Eguez, K.P. Melillo, L.L.M. Perobelli
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - Hospital Brigadeiro, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: A púrpura trombocitopênica imune(PTI) é uma doença imunomediada adquirida caracterizada por destruição de plaquetas e disfunção de megacariócitos, causando trombocitopenia e, ocasionalmente, sangramento. Pacientes que não atingem uma resposta adequada ao tratamento inicial com corticoide geralmente precisam de outras linhas terapêuticas. O rituximabe nesse contexto demonstrou fornecer taxas de resposta iniciais de cerca de 60%, entretanto essa resposta nem sempre se sustenta ao longo do tempo. Dados de mundo real no cenário do sistema único de saúde (SUS) brasileiro podem melhorar nossa compreensão dos padrões de prática fora dos estudos clínicos e fornecer dados mais representativos da população brasileira portadora de PTI para melhor gerenciamento dos recursos. Objetivo: Descrever os resultados de uma série de pacientes com PTI tratados com rituximabe. Métodos: Estudo observacional retrospectivo através da análise dos prontuários de pacientes adultos atendidos no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini-Hospital Brigadeiro. Critérios de inclusão: 1) diagnóstico de PTI; 2) histórico de tratamento com rituximabe como terapia de segunda linha (ou linha posterior). Foram excluídos pacientes com registro incompleto no prontuário digital. A resposta foi definida como contagem de plaquetas sustentada ≥ 30.000/mm3 (remissão: ≥ 100.000/mm3 e resposta parcial: 30.000-100.000/mm3). Resultados: Entre Dezembro de 2012 e Janeiro de 2020, 38 pacientes receberam rituximabe para tratamento de PTI após recaída ou refratariedade ao corticoide. A maioria era do sexo feminino (84%), com mediana de idade de 56 anos (variação:19-84). Distribuição dos pacientes quanto ao número de tratamentos anteriores: 8 (21%)-01, 17 (45%)-02,06 (16%)-03, 07 (18%)-04. A maioria recebeu tratamento associado (71% com corticoide e 8% com imunoglobulina). Sobre o esquema/dose: 28 (74%)-100mg por semana por 04 semanas e 10 (26%)-375mg/m2 por semana por 04 semanas. Vinte e sete pacientes (71%) atingiram resposta. A mediana de tempo para resposta foi de 4 semanas (1-72). A mediana de tempo de duração da resposta foi de 50 semanas (5-280). Após um ano,13 pacientes (34%) mantinham resposta. Em relação aos eventos adversos,08 pacientes (21%) apresentaram infecção. Durante o tratamento, 07 pacientes (18%) apresentaram sangramento (nenhum grau 3 ou superior). O tratamento de 03 pacientes (9%) foi interrompido, 02 por sorologia positiva para Hepatite B e 01 por piora clínica. Quinze pacientes (39%) atingiram resposta completa, 11 (29%) atingiram resposta parcial e 12 (32%) não apresentaram resposta. A mediana de seguimento foi de 43 meses (2-91). Três pacientes (9%) perderam o seguimento. Dentre os óbitos, apenas um foi relacionado a terapia com rituximabe(choque séptico de foco pulmonar após transplante hepático por hepatite fulminante por reativação de hepatite B). Discussão/Conclusão: Em nosso estudo, o Rituximabe não foi uma boa opção a ser usada quando se necessita de uma resposta rápida. Apenas 34% dos pacientes mantiveram a resposta após um ano do tratamento, portanto, deve-se considerar na análise econômica a possibilidade de o paciente vir a precisar de outro tratamento em curto intervalo de tempo. Sugerimos um estudo adicional para avaliar fatores preditores de resposta visando direcionar o medicamento a quem tenha maior chance de sustenta-la a médio/longo prazo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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