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Vol. 43. Issue S1.
Pages S358-S359 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S358-S359 (October 2021)
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RELATO DE CASO DE DOIS DOADORES DE SANGUE COM HEPATITE B OCULTA – COLSAN – ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE COLETA DE SANGUE
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NMRD Vale, CP Arnoni, RM Parreira, BASS Rocha, AA Iogi, JFT Silva, AJP Cortez, F Latini
Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

A infecção oculta pelo vírus da hepatite B foi descrita no final da década de 1970 e é definida como a detecção do DNA viral no soro ou no tecido hepático em pacientes com resultados negativos para o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) e positivos para Anti-HBc, geralmente com carga viral baixa. De acordo com o boletim epidemiológico de 2020 do Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 0,52% da população brasileira apresente infecção crônica pelo HBV e, apesar da importância clínica da infecção oculta, sua prevalência ainda é desconhecida. Considerando a prevalência na população e a via transfusional de contágio, a triagem laboratorial para hepatite B é obrigatório em bancos de sangue.

Objetivo

Descrever dois casos de hepatite B oculta em doadores de sangue.

Material e métodos

Os testes sorológicos dos doadores foram realizados no laboratório de Sorologia da Colsan – Associação Beneficente de Coleta de Sangue, no equipamento Cobas e801 com metodologia eletroquimioluminescência do fornecedor Roche. O teste de Anti-HBc é considerado positivo quando o resultado de leitura (DO/CO) é ≤1, já os demais parâmetros são considerados positivos quando o resultado de leitura (DO/CO) é  ≥1. Os testes NAT foram realizados individualmente no equipamento Cobas TaqScreen MPX Test v2.0 do fornecedor Roche.

Resultados

Caso 1 – Doador DMP, sexo masculino, 56 anos, doador de primeira vez. Realizou uma doação de sangue no dia 23 de abril de 2021 na cidade de Jundiaí e obteve resultado positivo para HCV com relação DO/CO 184, Anti-HBc com relação DO/CO 0,007, HTLV com relação DO/CO 373 e teste NAT Detectável para HBV. Esse doador retornou para coleta de nova amostra no dia 25 de maio de 2021 e obteve resultado positivo para HCV com relação DO/CO 162, Anti-HBc com relação DO/CO 0,008, HTLV com relação DO/CO 359 e teste NAT Detectável para HBV. Nas duas amostras testadas o resultado de HBsAg foi negativo. Caso 2 – Doador GSP, sexo masculino, 21 anos, doador de primeira vez. Realizou uma doação de sangue no dia 23 de abril de 2021 na cidade de Sorocaba e obteve resultado positivo para Anti-HBc com relação DO/CO 0,007, HBsAg com relação DO/CO 1,94 e teste NAT Detectável para HBV. Esse doador retornou para coleta de nova amostra no dia 25 de maio de 2021 e obteve resultado positivo para Anti-HBc com relação DO/CO 0,008, negativo para HBsAg e teste NAT Detectável para HBV. Ambos os doadores tiveram os parâmetros sorológicos e o teste NAT repetidos e confirmados, foram encaminhados para tratamento e bloqueados no banco de sangue.

Discussão e conclusão

Os resultados observados nas duas amostras do caso 1 são característicos de hepatite B oculta acompanhada de outros dois marcadores sorológicos positivos (HCV e HTLV). Diversos trabalhos descrevem diminuição da replicação do HBV e da expressão de HBsAg em pacientes co-infectados com HCV e, portanto uma maior prevalência de hepatite B oculta em pacientes infectados pelo HCV. Já no caso 2, é possível observar um clareamento do HBsAg na segunda amostra. Como os dois doadores são de primeira vez, não há histórico clínico. A prevalência de hepatite B oculta em doadores de sangue difere dependendo da população e do estudo, variando de 0,016% na Coréia, 1,98% na Colômbia, 3,3% em Porto Alegre, 3,57% no Amazonas a 17% na Nigéria. Independente da incidência da hepatite B oculta em doadores de sangue é de extrema importância a realização do teste Anti-HBc e pesquisa de ácidos nucleicos, pois são mecanismos eficazes para a diminuição de riscos de contaminação transfusional pela hepatite B.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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