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Vol. 44. Issue S2.
Pages S326-S327 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S326-S327 (October 2022)
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REATIVAÇÃO PRECOCE DO HERPESVÍRUS HUMANO TIPO 6 (HVH-6) EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO ASSOCIADO A RASH CUTÂNEO E ATRASO DA PEGA DO ENXERTO
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DH Miyazaki, FS Lunkes, JL Celestino, LG Silva, CB Sola, SK Nabhan, DC Setúbal, R Marchesini, JLM Cerbaro, VAM Funke
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

O trabalho aborda o caso de um paciente do sexo masculino, 64 anos de idade, diagnosticado com mieloma múltiplo IgA Lambda que, após o segundo transplante de medula óssea (TMO), apresentou rash cutâneo e retardo da pega, com exame positivo para Herpesvírus Humano Tipo 6 (HVH-6).

Descrição do caso

M.A.G., 64 anos, masculino, realizou em junho de 2022 seu segundo transplante de medula óssea (TMO) autólogo para o tratamento do mieloma múltiplo. No 8° dia da fase pós-transplante, apresentou quadros de febre e hipotensão, sendo necessário o uso de drogas vasoativas (DVA) de desmame rápido e Meropenem associado à vancomicina, sendo este medicamento substituído por daptomicina logo em seguida. Apesar da pesquisa de hemocultura não apresentar crescimento, houve melhora da hipotensão. Para melhor investigação do quadro, no 12° dia, foi realizada uma tomografia computadorizada de tórax que demonstrou derrame pleural laminar bilateral. No 19°dia, apresentou novamente um quadro de febre, hipotensão e diarreia, também com necessidade do uso de DVA de desmame rápido e retirada de cateter. Foi reiniciado o uso de meropenem associado à daptomicina. Surgimento também nesta ocasião de rash eritematoso difuso em face, tronco e membros, não pruriginoso. Com relação a enxertia, observou-se a elevação inicial da contagem de leucócitos às custas de linfócitos (938 leucócitos/mm3, com 917 linfócitos). No esfregaço havia linfócitos atípicos. Houve em seguida da queda das contagens, não sendo observada, até o 28° dia, a pega. O paciente seguiu em uso de GCSF e o irmão chegou a ser avaliado para transplante alogênico. HVH-6 foi identificado no PCR do sangue periférico. Após 40 dias de transplante o paciente voltou a apresentar elevação lenta e progressiva das contagens atingindo então critério de pega neutrofílica.

Discussão

O HVH-6 é conhecido pelo seu potencial de reativação após transplante de células-tronco hematopoiéticas, especialmente em casos onde se utilizam células de cordão. Tem sido sugerido que o HVH-6 pode estar associado com manifestações clínicas graves, de modo que a infecção sintomática parece ser mais comum em transplantados de medula óssea quando comparados aos transplantados receptores de órgãos sólidos, podendo cursar com sintomas inespecíficos ou até mesmo com o comprometimento grave de órgãos, impactando na mortalidade destes pacientes. Entretanto, pouco se sabe ainda sobre seu papel exato nos desfechos dos pacientes submetidos a transplante. Relatos recentes indicam que a reativação do HVH-6 ocorre em 40-50% dos pacientes com transplante alogênico de células-tronco. No transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas, embora a recuperação do sistema imunológico costume ser rápida e o risco de infecção menor quando comparado ao transplante alogênico, a imunidade celular é prejudicada e alguns receptores portadores de HVH-6 podem desenvolver mielossupressão prolongada, recuperação plaquetária atrasada, diarreia e erupções cutâneas compatíveis com infecção por HVH-6. Outras manifestações podem incluir pneumonia intersticial e encefalite, ambas com morbimortalidade significativa. Há alguns relatos de pega do enxerto atrasada por infecção pelo HVH-6, como neste caso.

Conclusão

É importante considerar e pesquisar reativação do HVH-6 em pacientes com febre e rash cutâneo pós TMO autólogo que evoluem com atraso de pega do enxerto.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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