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Vol. 44. Issue S2.
Pages S485-S486 (October 2022)
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QUEDA DA SOROPREVALÊNCIA DO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS (HTLV) EM DOADORES DE SANGUE DE MINAS GERAIS, DURANTE UM PERÍODO DE 12 ANOS (2006–2017)
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MCF Silva-Malta, SMN Silva, MB Oliveira, MA Ribeiro, ML Martins
Fundação Hemominas, Belo Horizonte, MG, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

O Brasil é considerado um dos países com maior número de casos de infecção pelo vírus linfotrópico das células T humanas (HTLV). O HTLV pode ser transmitido por transfusão de sangue, e desde 1993 tornou-se obrigatória a triagem para o vírus nos bancos de sangue brasileiros. Desde então, a maioria dos estudos epidemiológicos no país são feitos em população de doadores de sangue.

Objetivo

Avaliar a tendência de soroprevalência do HTLV-1/2 em doadores de sangue da Fundação Hemominas durante 12 anos de acompanhamento (2006-2017).

Metodologia

Foi feito o levantamento no sistema de registro da instituição de todas as doações no período de 2006 a 2012. Foi calculada a frequência global e por ano de doações positivas para HTLV-1/2 e da soroprevalência do HTLV-1/2 em doadores de sangue de primeira vez, considerando apenas as doações que tenham os resultados de ambos os testes sorológicos, de triagem (ELISA ou quimioluminescência) e confirmatório (Western Blot).

Resultados

De um total de 3.308.738 doações analisadas, a frequência global de doações positivas para HTLV foi de 0,012%. A avaliação do algoritmo de testagem mostrou a ocorrência de uma alta taxa de resultados falso-positivos nos testes de triagem, em que 75,74% dos indivíduos que foram reativos na primeira amostra não tiveram a infecção confirmada no WB. Nos 12 anos analisados, a frequência de doações positivas para HTLV foi de 19,26/100.000 doações para 8,50/100.000 doações. Neste mesmo período, houve um aumento da proporção de doadores de repetição (de 23% para 67%), o que deve ser o principal fator que contribuiu para o declínio das taxas de doações HTLV-positivas. A soroprevalência em doadores de sangue de primeira vez foi de 28,82/100.000 doadores e 0,95/100.000 doações foram positivas para HTLV em doadores de sangue de repetição. Em doadores de primeira vez, a soropositividade para HTLV foi mais frequente em mulheres (OR = 1,85, p < 0,001) e em indivíduos com mais de 40 anos. Houve associação de positividade (p < 0,001) entre HTLV e HCV (OR = 10,15, IC 95%: 5,03–20,47), sífilis (OR = 5,54, IC 95%: 3,22–6,51) e HBV (OR = 4,57, IC 95%: 3,22–6,51), mas não com HIV e doença de Chagas. Em doadores de repetição positivos para HTLV não foi observada positividade para outro marcador de infecção. A análise das mudanças espaço-temporal da frequência de doações HTLV-positivas em cada um dos 22 hemocentros da Fundação Hemominas distribuídas no estado de Minas Gerais mostrou que essa frequência caiu no período analisado na maioria dos hemocentros, exceto em quatro.

Conclusão

Nossos resultados mostraram um declínio contínuo na frequência de doações HTLV-positivas em Minas Gerais ao longo de um período de 12 anos e enfatizam a importância do uso de testes confirmatórios para estudos epidemiológicos nesta população para evitar superestimação da taxa de soroprevalência. Ter uma alta taxa de doadores de repetição é uma estratégia eficiente para reduzir o risco residual de infecções transmitidas por transfusão, além de contribuir para diminuir a taxa de descarte de hemocomponentes por inaptidão sorológica, incluindo aqueles devidos a testes falso-positivos.

Suporte financeiro

Fundação Hemominas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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