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Vol. 44. Issue S2.
Pages S448-S449 (October 2022)
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PROTOCOLO HEMOTERÁPICO NAS SOLICITAÇÕES DE HEMOCOMPONENTES PELA EQUIPE MÉDICA ASSISTENTE: ANÁLISE DE UM AMBULATÓRIO TRANSFUSIONAL PRIVADO
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MS Simão, DCM Oliveira, PG Moura
Grupo GSH, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Analisar as solicitações de hemocomponentes pela equipe médica assistente e comparar o protocolo hemoterápico solicitado com o indicado para o diagnóstico do paciente e histórico transfusional.

Material e métodos

Análise das solicitações de transfusão no Serum Centro, de janeiro a junho de 2022. Avaliamos os dados de diagnóstico, especialidade do médico solicitante e protocolo transfusional solicitado. Comparamos o protocolo solicitado com o indicado , baseado no Guia para uso de hemocomponentes do Ministério da saúde. Os protocolos analisados foram: fenotipagem eritrocitária (politransfundidos/transfusão crônica/aloanticorpo/ sexo feminino em idade fértil), uso de filtro de leucócitos (hemoglobinopatias/ anemias hereditárias/neoplasias oncológicas e hematológicas), irradiação (candidatos/submetidos a transplante de medula óssea), lavagem e pré medicação (história prévia de reação alérgica grave). Classificamos as solicitações em conforme (respeitando todos os protocolos) , parcialmente conforme (um ou mais protocolos não indicados na solicitação) ou não conforme (sem solicitação de nenhum protocolo).

Resultados

Realizamos no total 335 transfusões de hemocomponentes, sendo 64 transfusões de troca e 272 transfusões simples. Analisamos os pedidos de 90 desses pacientes sendo os diagnósticos mais comuns as neoplasias sólidas em quimioterapia (24%), doença falciforme (23%), leucemias agudas (12%) , mielodisplasia (10%), Talassemia (6%) , aplasias(6%) , linfoma/ mieloma (4,4%) e doença renal crônica (3.3%). Destacamos que nosso perfil de pacientes é onco-hematológico, politransfundidos e com anemias hereditárias, sendo todos os analisados incluídos no protocolo de desleucocitação e fenotipagem. Com relação a conformidade, 23 solicitações estavam conforme, indicando o protocolo hemoterápico preconizado. Todas essas solicitações foram feitas por hematologistas. Existiram 11 não conforme, sem indicação de qualquer protocolo, (80% dessas feitas por médicos não hematologistas) e 56 estavam parcialmente conforme (62%). Destacamos que em 3 solicitações, foram indicados protocolos não preconizados como irradiação e pré medicação sem histórico de reação. Nos parcialmente conforme, a principal causa foi não indicação do protocolo de fenotipagem (83%) e pré-medicação (23%).

Discussão

A transfusão de hemocomponentes é um método terapêutico eficaz e universalmente aceito, quando bem indicado, devendo ser baseada em evidências. Algumas situações exigem cuidados adicionais na transfusão, levando a elaboração de protocolos hemoterápicos, que são procedimentos específicos realizados nos hemocomponentes, a fim de evitar reações, transmissão de doenças infecciosas, formação de aloanticorpos e que aumentam a segurança transfusional. O conhecimento e adesão ao protocolo é fundamental para boa prática hemoterápica e e segurança, além de evitar custos relacionados a complicações evitáveis. Observamos baixa adesão aos protocolos hemoterápicos pela equipe assistente sugerindo um desconhecimento que pode resultar em dano na assistência hemoterápica, principalmente quando há troca de serviço hemoterápico. Além disso, em serviços privados, há impacto na cobrança e auditoria das solicitações médicas.

Conclusão

O conhecimento e adesão aos protocolos aumenta a segurança transfusional e deve ser do conhecimento de toda equipe assistente , bem como do paciente envolvido. Esse resultado evidencia a importância de treinamento e educação continuada bem como, necessidade de maior interação entre equipe hemoterápica e assistente, envolvendo o paciente e seu familiar na responsabilidade quanto a informação e adesão ao protocolo hemoterápico indicado, visando melhor qualidade na assistência transfusional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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