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Vol. 46. Issue S4.
HEMO 2024
Pages S752 (October 2024)
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PREVALÊNCIA DE DOADORES COM TRAÇO FALCIFORME E OS ESFORÇOS PARA ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO GENÉTICO
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CSR Araujoa,b, JS Palaorob, BA Machadob, MA Crocea, JH Rodriguesa, KR Tirlonia, MG Altafinia, GM Schmidta, GED Pizzolb
a Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
b Hospital São Vicente de Paulo - Serviço de Hemoterapia, Passo Fundo, RS, Brasil
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Vol. 46. Issue S4

HEMO 2024

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Objetivos

Determinar a prevalência de doadores com traço falciforme e avaliar os esforços de orientação para o aconselhamento genético.

Material e métodos

Foram analisados todos os doadores de sangue com resultado qualitativo positivo no teste da mancha e confirmados pelo teste quantitativo por eletroforese de hemoglobina no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (SHHSVP), de Passo Fundo/RS, entre março de 2011 e dezembro de 2020.

Resultados

Dos 99.149 doadores de sangue no período analisado, 305 eram portadores de traço falciforme, indicando uma prevalência de 0,31% da população amostrada. Destes, 177 (58,03%) do sexo masculino e 128 (41,96%) do sexo feminino, 55 (18,03%) se autodeclararam pardos, 30 (9,83%) negros e 220 (72,13%) brancos. A maior parte destes doadores (89,2%; n = 272) eram naturais do estado do Rio Grande do Sul, sendo Passo Fundo, o município mais representativo (28,2%; n = 86), dentre outros 78 municípios. Dos 305 doadores com traço falciforme, o quantitativo de 119 (39,02%) retornaram ao serviço para doação. Destes que retornaram, 97 (81,51%) continuaram doando sangue total e 22 (18,49%) se tornaram doadores de plaquetas por aférese.

Discussão

A prevalência de doadores com traço falciforme no grupo estudado foi de 0,31% em outro estudo com doadores de sangue de Caxias do Sul/RS referiu prevalência de 0,99%. Em relação ao sexo, houve diferença, contudo a alteração genética não está ligada a tal condição e apesar da doença falciforme ser predominante em negros e pardos, nosso estudo demonstrou prevalência em brancos, dado que sofre interferência da autodeclaração racial e da predominância europeia da região. A presença de traço falciforme apresenta um padrão genético de heterozigose que não produz manifestações clínicas de doença falciforme, e assim, os indivíduos portadores são geralmente assintomáticos e aptos para doar sangue. A transfusão dos concentrados de hemácias de portadores de traço falciformes não é indicada para determinados diagnósticos, além de que, os mesmos não devem ser submetidos à leucorredução (Portaria de Consolidação Nº5, 2017). O SHHSVP realiza a leucorredução de todos os hemocompontes transfundidos, desta forma, no momento do aconselhamento genético o hemoterapeuta orienta sobre sua condição e oferta a possibilidade de seguir doando através da doação de plaquetas automatizada, levando ao aproveitamento total da doação em nosso serviço.

Conclusão

A investigação de traço falciforme e a rastreabilidade melhora a eficácia terapêutica das transfusões, leva a identificação de doadores que não realizaram a triagem neonatal e possibilita o fornecimento de aconselhamento genético, o que beneficia tanto receptores quanto doadores, pois através da orientação é possível sensibilizar e educar os doadores sobre a importância da aférese, contribuindo para a manutenção das doações, garantindo a segurança e a qualidade do sangue coletado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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