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Vol. 44. Issue S2.
Pages S413-S414 (October 2022)
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Pages S413-S414 (October 2022)
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POSSÍVEL REAÇÃO HEMOLÍTICA AGUDA IMUNE POR ANTI-FYA EM BAIXO TÍTULO: RELATO DE CASO
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AA Pedrãoa, CGS Nogueiraa, JAR Netoa, BRMC Curtaa, EFGD Santosb, ENP Florentinob, PMN Teixeirab, JCI Gazolab
a Departamento de Clínica Médica da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, Ourinhos, SP, Brasil
b Agência Transfusional da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, Ourinhos, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Embora reações hemolíticas graves de origem imune sejam infrequentes, neste trabalho, descrevemos a nossa experiência com um paciente apresentando possível reação hemolítica aguda por anti-Fya em baixo título.

Desenvolvimento

Paciente L.F.F, sexo masculino, 57 anos. Encaminhado para a Santa Casa de Ourinhos, em março de 2022, com quadro de crise convulsiva de difícil controle. Chega na unidade em pós-ictal, evolui em leito de emergência com nova crise convulsiva sendo estabilizado com dose de diazepam e dose de manutenção de hidantal. De antecedentes pessoais apresenta exérese de meningioma há 4 anos, pós-operatório de drenagem de hematoma subdural agudo (sequela hemiplegia a esquerda) e epilepsia. No dia seguinte evolui com rebaixamento do nível de consciência, Glasgow 6 e insuficiência respiratória aguda sendo optado por realizar intubação orotraqueal e acoplado a ventilação mecânica. Neste mesmo dia foi realizado tomografia de crânio com contraste que aponta área de encefalomalacia no local de exérese de meningioma. Posteriormente paciente é encaminhado para leito de UTI, onde permaneceu por 47 dias. Evolui com piora clínica, febre diária e novos episódios de crise convulsiva. Foi realizado traqueostomia. Realizada hemocultura positiva para klebsiella e aspirado traqueal positivo para acineto. Realizou nova tomografia de crânio sem alteração em relação a primeira. No dia 10 de maio de 2022, apresentou hb 7,0, sendo prescrito um concentrado de hemácias (CH). Paciente ABO/Rh B positivo, poli transfundido em nosso serviço (2 CHs a 4 dias), sem histórico de positividade no PAI e reações transfusionais. Foram compatibilizadas 2 CHs, testes compatíveis, PAI negativo. Ao final da infusão do segundo CH, paciente apresentou calafrios, ansiedade, tremores, febre, taquicardia, e dor abdominal/torácica, a transfusão foi interrompida e o paciente encaminhado ao PS, onde foi estabilizado. Novas amostras do paciente foram testadas e observamos hemólise. Aos exames laboratoriais de urgência observamos o DHL elevado e o TAD positivo em soro mono e policlonal. Paciente com PAI negativo pré-transfusão e positivo pós. Anticorpo anti-Fya (Título: , Score: 04) identificado no painel. Acreditamos que o paciente foi sensibilizado nas transfusões prévias, e por esse motivo o anticorpo estava em baixo título, dificultando a identificação no PAI pré-transfusão. Não dispomos de soro anti-fya para fenotipagem em nosso serviço, nosso serviço de referência não dispõe de bolsas fenotipadas. Recebe alta da UTI para enfermaria, em uso de BIPAP, onde permaneceu com idas e vindas ao pronto-socorro devido crise de broncoespasmos e dia 23 de maio de 2022 foi constato o óbito.

Conclusão

Em nosso serviço utilizamos em imunohematologia a metodologia clássica em tubo com antissoros, sabemos que do ponto de vista de sensibilidade o gel teste é mais eficaz, porém a implantação do mesmo se faz inviável pelo custo e por trabalharmos apenas com pacientes e não com doadores. Estudos relatam a dificuldade em diagnosticar reações transfusionais agudas em pacientes críticos pela similaridade dos sintomas clínicos de base com os sinais de reação, neste caso acreditamos se tratar de RHAI pois mesmo em baixo título foi possível identificar o aloanticorpo e classificar seu real significado clínico. Pode ser que este processo não tenha sido a exclusiva causa de óbito do paciente, porém a hemólise com certeza foi fator agravante do quadro.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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