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Vol. 42. Issue S2.
Pages 549 (November 2020)
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PLASMA CONVALESCENTE: PERFIL DE DOADORES DURANTE O PERÍODO DE PANDEMIA DA COVID-19
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L.C. Conceição, M. Cavalcanti-Da, J.D.O. Alexandre, L.A. Silva, A.R. Netto, S.D.M.B. Abreu, A.A.G. Mendonça
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HEMORIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Introdução: candidatos à doação que não apresentaram sintomas nos últimos 14 dias e possuem resultados sorológicos negativos para o agente etiológico da COVID-19, encontram se aptos para a doação de plasma convalescente (PC). O plasma de pessoas que se recuperaram da doença pode conter anticorpos contra o vírus, tornando-se eficaz contra a infecção, fenômeno identificado como neutralização por anticorpos. A utilização desta terapia não é novidade, tendo em vista que já foi testada para outras infecções respiratórias emergentes, sendo as principais: a Síndrome Respiratória Aguda Severa e a H1N1. Diante disso, conhecer a doença em todos os seus aspectos, bem como, o grupo de sujeitos acometidos em sua forma leve e grave que evoluíram com cura, auxilia a implementação de novas condutas terapêuticas. Objetivo: traçar o perfil de doadores de PC em um hemocentro coordenador estadual durante um período da pandemia da COVID-19. Metodologia: trata-se de um estudo longitudinal de caráter descritivo-exploratório. A busca de dados acerca da doação foi realizada durante o mês de agosto de 2020, se deu através do software Sistema de Apoio ao Ciclo do Sangue®e documentos institucionais pertencentes ao setor de plasmaférese, estes foram agrupados segundo as seguintes variáveis: sexo, idade, tipo sanguíneo e profissão. Resultados: foram realizadas 91 plasmaféreses em 35 dias entre 17/04 a 01/07/2020, ao longo de três meses da pandemia de COVID-19. O grupo de doadores foi constituído em sua grande maioria por sujeitos do sexo masculino (58,7%), com idade acima de 30 anos (81,3%), portadores do tipo sanguíneo O com fator Rh positivo (37,3%) com destaque para profissionais da área da saúde (47,2%), entre eles: médicos (81,1%), enfermeiros (5,6%) e biólogos (5,6%). Não constou nenhum doador portador do tipo sanguíneo B com fator Rh negativo e AB com fator Rh negativo. Discussão: estudos apontam que há um maior impacto de casos fatais entre pessoas do sexo masculino. Associado a isso, surgiram diferentes hipóteses relacionando os casos a segunda proteína envolvida na adsorção do vírus que é a serina protease transmembranar 2 (TMPRSS2), expressa principalmente no epitélio da próstata; e que homens armazenam o vírus nas células testiculares, devido a grande expressão do receptor ACE-2. Neste estudo, a média de idade dos doadores de PC foi acima de 30 anos, contudo, a média brasileira de doadores de sangue total é de 18-29 anos. Um estudo multicêntrico europeu, realizado nos epicentros da pandemia (Itália e Espanha) nos mostra que há replicações cruzadas que quando comparadas ao tipo sanguíneo revelam um fator de risco para indivíduos portadores do tipo A e fator de proteção para indivíduos portadores do tipo O, sem especificação de Rh em ambos. Profissionais de saúde na linha de frente da COVID-19, possuem alta susceptibilidade de adoecimento, entre estes, profissionais de enfermagem lideram a lista de casos fatais e de profissionais acometidos pela doença, entretanto, observamos que há um maior número de doadores de PC médicos do que enfermeiros. Conclusão: A doação de PC constitui uma terapêutica emergente já conhecida como opção para acometidos pela forma grave da COVID-19, que se faz necessária conhecer integralmente o perfil de doadores de PC para auxiliar em estratégias de captação e realizar estudo para geração de conhecimento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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