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Vol. 44. Issue S2.
Pages S401-S402 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
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PERFIL TRANSFUSIONAL E DESAFIOS NA COMPATIBILIZAÇÃO DE HEMOCOMPONENTES EM PORTADORES DE DOENÇA FALCIFORME ATENDIDOS NA HEMORREDE DE SANTA CATARINA
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JR Krieguera,b, EJ Schörnera,b, MR Oliveiraa,b, JLN Hammesb, D Siegela,b, ACR Moraesa
a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), Florianópolis, SC, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Determinar o perfil transfusional dos pacientes com doença falciforme (DF) atendidos pela hemorrede de Santa Catarina, para identificar desafios relacionados à compatibilização de hemocomponentes a esses indivíduos.

Metodologia

Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo, exploratório e quantitativo realizado na hemorrede de Santa Catarina. Preliminarmente, foram incluídos 130 indivíduos diagnosticados com DF cadastrados no sistema institucional do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC) e no sistema Hemovida Web – Doença Falciforme, e cujo cadastro no último sistema foi realizado entre 2015 e 2020. Foram avaliados os dados sociodemográficos e transfusionais dos pacientes.

Resultados e discussão

Foram predominantes os pacientes do sexo masculino (52,3%), negros (52,3%) e brasileiros (95,4%), com idades entre 01 e 62 anos. A maioria dos pacientes foi natural da região Sul (72,6%). Observou-se que a terapia transfusional foi importante para o manejo dos pacientes, pois a maioria apresentou histórico transfusional (83,1%) e recebeu múltiplas transfusões (43,5%). Entretanto, 17,6% dos pacientes referiram o recebimento de transfusões durante o atendimento médico sem apresentarem histórico transfusional no HEMOSC, indicando que os atendimentos ocorreram em outros serviços. Os dados relacionados a essas transfusões, incluindo os resultados da Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) e o histórico de reações transfusionais, não foram encontrados para alguns desses pacientes, o que reforça a necessidade de iniciativas, pelos centros de hemoterapia, que busquem compartilhar o histórico transfusional dos pacientes, a fim de evitar possíveis eventos adversos associados à transfusão. A aloimunização é um dos desafios no manejo transfusional dos pacientes com DF. Neste estudo, foi observado que a maioria dos pacientes apresentou resultado negativo na PAI, o que pode estar relacionado ao protocolo institucional de compatibilização de concentrados de hemácias com o fenótipo estendido a pacientes com DF. A produção de aloanticorpos ocorreu em 26,7% dos pacientes. A maioria dos pacientes produziu aloanticorpos de única especificidade (68%), entretanto, a produção de múltiplos aloanticorpos foi observada em nove pacientes. Os aloanticorpos contra antígenos dos sistemas Rh e Kell estiveram presentes na maioria das associações. Nos pacientes com múltiplos anticorpos, observou-se que o número de doadores cadastrados no sistema com fenótipo compatível com o dos pacientes que produziram dois ou três tipos de aloanticorpos reduziu para mais da metade em comparação aos pacientes que produziram um único tipo de aloanticorpo. Esse número diminuiu em mais de dez vezes quando houve a produção de quatro diferentes tipos de aloanticorpos. A maioria dos aloanticorpos foi dirigida contra antígenos dos sistemas Rh (48,8%) e Kell (12,2%). O Anti-E foi o aloanticorpo mais produzido pelos pacientes aloimunizados (36,6%).

Conclusão

É possível que os potenciais desafios enfrentados pela instituição estejam relacionados à obtenção do histórico transfusional completo dos pacientes procedentes de diferentes instituições e a disponibilização de bolsas com fenótipo compatível aos pacientes aloimunizados, principalmente no que diz respeito aos pacientes com múltiplos aloanticorpos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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