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Vol. 44. Issue S2.
Pages S420-S421 (October 2022)
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Pages S420-S421 (October 2022)
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES TRANSFUNDIDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE HOSPITAL EM SÃO PAULO
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LPS Fontenele, K Jordan
Grupo GSH, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Caracterizar o perfil de recém-nascidos transfundidos em UTI neonatal de Hospital geral particular de São Paulo.

Material e métodos

Estudo descritivo e retrospectivo realizado através da revisão de 44 prontuários de recém-nascidos transfundidos em hospital geral de São Paulo no período de janeiro a dezembro de 2021. Foram analisados idade gestacional, via de parto, peso ao nascer, hemoglobina inicial, número e tipo de hemocomponentes transfundidos e diagnóstico dos pacientes.

Resultados

Foram 44 recém-nascidos transfundidos durante o período, sendo 2 nascidos de parto normal e 42 de cesárea. Destes, 6 eram a termo e 38 pré-termo, com média de 30 semanas gestacionais. A maioria eram baixo peso ao nascer (84%) com peso médio ao nascimento de 1480g (muito baixo peso). Dos 169 hemocomponentes transfundidos, 146 eram concentrados de hemácias (CH), 14 eram concentrados de plaquetas (CP) e 9 PFC.A média de hemoglobina inicial foi 9,02 e a média de CH transfundidos por paciente foi 3,31.O diagnóstico mais frequente foi anemia da prematuridade, presente em 36 pacientes (81%). Dentre os outros diagnósticos clínicos destacam-se sepse neonatal, bronquiolite e infecção por citomegalovírus. Três pacientes transfundidos tinham diagnóstico cirúrgico.

Discussão

A transfusão em neonatologia é muito frequente, em especial para recém-nascidos de baixo peso e prematuros, tanto pela baixa eritropoiese, típica da faixa etária, quanto pelas perdas para coleta de exames. Com relação à idade gestacional, a transfusão ocorreu principalmente nos prematuros, com média de 30 semanas gestacionais. A duração da gestação é apontada como fator de risco para a morbimortalidade neonatal, sendo a idade menor que 33 semanas descrita como fator de risco independente para necessidade de transfusão. A transfusão no período neonatal pode chegar a ser 4 vezes maior que a média em outras faixas etárias pediátricas, com os prematuros sendo os que requerem maior número de hemocomponentes, pois, além da menor eritropoiese, os pré-termos estão sujeitos a mais complicações infecciosas e respiratórias se comparados aos termos. Neste estudo, a maioria dos recém-nascidos transfundidos encontravam-se na categoria de baixo peso ao nascer, isto é, abaixo de 2500g, com média de peso de 1480g. O muito baixo peso ao nascer (menor que 1500g) também é um fator de risco descrito para necessidade transfusional. Corroborando os dados do estudo, as principais justificativas para transfusão encontradas na literatura foram anemias e hemorragias. Não existe um valor padrão de hemoglobina indicativo de transfusão e neste estudo a média encontrada foi de 9,02. A anemia da prematuridade foi a principal indicação clínica, seguida das infecções respiratórias. Entre os diagnósticos cirúrgicos estiveram presentes drenagem de hematoma epidural, abdome agudo e correção de mielomeningocele. O tipo de hemocomponente mais utilizado foi o CH e o segundo foi o CP. Após a anemia induzida por flebotomia, a plaquetopenia é a alteração hematológica mais comum na Unidade Neonatal, justificando o consumo de CP.

Conclusão

Os achados nesse estudo corroboram dados da literatura em que pacientes recém-nascidos prematuros e de baixo peso ao nascer são os principais responsáveis por transfusão em UTI neonatal e o principal hemocomponente transfundido é o CH.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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