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Vol. 44. Issue S2.
Pages S426 (October 2022)
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PERFIL DE REACÃO TRANSFUSIONAL IMEDIATA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
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SV Baião, JR Cunha, DPC Silva
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A reação transfusional (RT) pode ser definida como um efeito ou resposta indesejável observado em uma pessoa, associado temporalmente com a administração de sangue ou hemocomponente. Se a reação ocorreu durante a transfusão ou em até 24 horas após o início da mesma, ela é chamada de reação transfusional imediata (RTI). As principais RTI são: reação hemolítica aguda, reação febril não hemolítica, reações alérgicas, sobrecarga volêmica, contaminação bacteriana, edema pulmonar não cardiogênico (TRALI), reação hipotensiva e hemólise não imune. Mesmo quando bem indicada, a transfusão sanguínea pode levar a reações adversas, avaliar a ocorrência das RT em relação ao número de transfusões é importante para traçar o perfil do hospital e avaliar a existência de subnotificação.

Objetivo

Verificar a ocorrência de reação transfusional imediata com base nos dados de uma agência transfusional (AT) de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro.

Material e métodos

Este estudo foi baseado em um levantamento de dados acerca das reações transfusionais imediatas ocorridas no Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, localizado na cidade do Rio de Janeiro- RJ. As informações foram obtidas através do sistema Hemote Plus no período de 01/01/2021 e 31/12/2021.

Resultados

Durante o período analisado foram realizadas 8.089 transfusões e 30 reações transfusionais foram notificadas. Dentre estas estão: reação febril não hemolítica (50%), reação alérgica (36%), sobrecarga volêmica (7%) e TRALI (7%). Em relação ao hemocomponente transfundido, relacionado a reação transfusional, 47% foram de plaquetas, 43% concentrados de hemácias (CH), e 10% plasma.

Discussão

Observa-se que 0,4 % dos pacientes transfundidos tiveram reação transfusional notificada, sendo que a mais prevalente foi a reação febril não hemolítica (50%) que é uma das reações mais frequentes na literatura. O hemocomponente mais envolvido nas reações transfusionais foi o concentrado de hemácias, sendo responsável por 51 % das reações febris não hemolíticas e 45% das reações alérgicas. No hospital, 60% das transfusões foram de concentrados de hemácias, justificando a maior frequência de reações entre os receptores desse hemocomponente. Seguindo o parâmetro estabelecido de 3 reações transfusionais por 1000 transfusões, pela ANVISA (baseado no sistema francês de hemovigilância), o hospital está com o índice abaixo do previsto, pois a expectativa de reações previstas para a unidade seria de 80 a 240 notificações.

Conclusão

Este estudo permitiu uma melhor avalição das reações transfusionais na unidade e da ocorrência de subnotificação no setor. O mesmo evidenciou a necessidade de treinamentos com os profissionais envolvidos nos processos transfusionais sobre o reconhecimento das reações transfusionais e a importância da notificação das RT ao serviço de hemoterapia. Outro desafio seria a implementação da busca ativa após 24h da transfusão, o que reduziria os níveis de subnotificação e consequentemente garantiria uma melhor qualidade dos processos envolvidos na transfusão de sangue.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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