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Vol. 44. Issue S2.
Pages S40-S41 (October 2022)
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Pages S40-S41 (October 2022)
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PERFIL DE EXPRESSÃO DE MICRORNAS E DO FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR A EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME COM E SEM ÚLCERA DE PERNA
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BF Pielluscha, N Rodriguez-Osoriob, DM Albuquerquec, IF Domingosd, DA Pereira-Martinse, AS Araújof, MAC Bezerrag, FF Costac, MF Sonatia, MNND Santosa
a Departamento de Patologia Clínica, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Universidad de la República (UDELAR), CENUR Litoral Norte, Salto, Uruguai
c Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
d Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
e Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
f Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), Recife, PE, Brasil
g Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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A úlcera de perna é uma complicação debilitante da Anemia Falciforme (AF) e está associada ao aumento da morbidade e mortalidade dos pacientes, reduzindo significativamente a qualidade de vida dos mesmos. A etiologia das úlceras de perna ainda não está completamente elucidada, mas sabe-se que a causa é uma combinação de múltiplos fatores, incluindo obstrução mecânica da microcirculação pelas células falcizadas, diminuição do aporte de oxigênio devido à anemia, infecções, traumas, doenças venosas, dentre outros. Os microRNAs (miRNAs) são pequenos RNAs não codificantes com cerca de 22 nucleotídeos que regulam a expressão dos seus alvos de maneira pós-transcricional. Estas moléculas estão envolvidas em praticamente todos os processos biológicos e sua expressão anormal pode estar relacionada a diversas doenças. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil de expressão de miRNAs relacionados com a via inflamatória em células mononucleares de pacientes com AF com e sem úlcera de perna, acompanhados no Hemocentro de Pernambuco – HEMOPE e, consequentemente, identificar/avaliar um alvo desses miRNAs que possa estar envolvido com essa manifestação clínica. A pesquisa incluiu nove participantes do gênero masculino, adultos, divididos em três grupos e pareados por idade e características étnicas predominantes: controles normais HbAA (n = 3), pacientes com AF sem úlcera de perna (n = 3) e pacientes com AF com úlcera de perna (n = 3). Para a análise da expressão dos miRNAs foi utilizado o ensaio miScript miRNA PCR array (Qiagen/Germany), um painel que permite avaliar o perfil de expressão de 84 miRNAs envolvidos na regulação da expressão de genes da via inflamatória utilizando o sistema de detecção SYBR Green®. No grupo dos pacientes com AF sem úlcera de perna foram encontrados dois miRNAs com expressão diferencial quando comparados ao grupo controle (p < 0,05), sendo o miR-125b-5p diminuído e o miR-21-aumentado. Por outro lado, quando comparado ao grupo controle, o grupo dos pacientes com úlcera de perna apresentou quatro miRNAs com expressão aumentada (p < 0,05): miR-15a-5p, miR-16-5p, miR-195-5p e miR-548d-3p. Interessantemente, os miRNAs miR-15a-5p, miR-16-5p e miR-195-5p pertencem a mesma família, ou seja, tem mRNAs alvos em comum, e sua expressão diferencial pode demonstrar a relevância destes miRNAs para esta comorbidade. O fator de crescimento endotelial vascular A (VEGFA, Vascular Endothelial Growth Factor A) é um alvo predito em comum para esta família e também para o miR-548d-3p e está envolvido no processo de cicatrização de úlceras venosas ao promover os eventos iniciais da angiogênese, favorecendo migração e proliferação de células endoteliais. A expressão gênica do VEGFA foi avaliada em 60 pacientes (29 com úlcera de perna e 31 sem úlcera) por qPCR. Os resultados mostraram que a expressão de VEGFA estava significativamente menor naqueles com úlcera de perna. Sendo assim, os miRNAs encontrados neste estudo poderiam atuar diminuindo os níveis de expressão do VEGFA e dificultando a angiogênese, que é fundamental para que ocorra a formação de novos tecidos e consequentemente a cicatrização da ferida. Esses achados podem indicar a associação desses miRNAs na modulação da expressão do VEGFA em pacientes com úlcera de perna. Análises proteicas do VEGFA poderiam auxiliar na melhor compreensão dessa possível associação. Financiamento: FAPESP, CNPq, CAPES, FAEPEX.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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