Journal Information
Vol. 44. Issue S2.
Pages S405 (October 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 44. Issue S2.
Pages S405 (October 2022)
Open Access
PERFIL DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS EM HOSPITAL ATENDIDO PELO GRUPO GSH – RIO DE JANEIRO
Visits
458
AP Bizerril, F Akil, KBL Buratta, LFF Dalmazzo
Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia - Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 44. Issue S2
More info
Objetivo

A transfusão de hemocomponentes é um procedimento complexo, que está associado a um risco significativo de complicações. Foram avaliadas as reações transfusionais imediatas notificadas ocorridas em hospital atendido pelo Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia – Grupo GSH – Rio de Janeiro, no período de julho 2017 a junho de 2022, coletadas em Fichas de Notificação de Incidentes Transfusionais, NOTIVISA.

Métodos

Realizado estudo observacional, descritivo com delineamento transversal, em hospital localizado na cidade do Rio de Janeiro, a partir da análise estatística descritiva de informações coletadas em todas as Fichas de Notificação de Incidentes Transfusionais, NOTIVISA, sendo as seguintes variáveis clínicas e epidemiológicas analisadas: sexo, idade, patologia, hemocomponente envolvido, sinais e sintomas, gravidade, tipo de reação adversa. O levantamento dos dados foi realizado através do Sistema Real Blood, Sistema NOTIVISA e Sistema de Produção Hemoterápica HEMOPROD. A pesquisa abrangeu os pacientes que receberam transfusão de hemocomponentes no período de julho de 2017 à junho de 2022. A análise dos resultados foi realizada pela estatística descritiva, e estes dados foram trabalhados em planilhas do software Microsoft Excel.

Resultados

De julho de 2017 à junho de 2022 foram transfundidos 16.027 hemocomponentes, sendo 7.387 concentrados de hemácias (CH), 1.979 plasmas frescos (PF), 5843 concentrados de plaquetas (CP) e 818 crioprecipitados (CR). Todos os componentes celulares foram desleucotizados. A maioria das transfusões ocorreu no CTI (76,71%). Foram encontrados 33 registros de 30 pacientes que apresentaram sinais e sintomas de reações adversas à transfusão. Quanto à patologia de base, 38,71% tinham doença onco-hematológica. O CP foi o mais transfundido foi o CP correspondendo à 73,81% de todas as unidades envolvidas. Das 33 reações notificadas, 10 apresentaram mais de um sintoma e 3 apresentaram sintomas de gravidade moderada. A reação transfusional mais evidente foi a alérgica (54,54%). A maioria das reações foi classificada como grau 1 – leve, sem risco à vida. Houve maior prevalência no sexo masculino, com média de idade de 84 anos, enquanto que no sexo feminino essa média foi de 66,45. As manifestações clínicas mais frequentes foram a urticária com ou sem prurido, tremores e sintomas respiratórios. A reação alérgica esteve mais relacionada a urticária, prurido, eritema e pápulas, enquanto que nas outras reações houve dispnéia, taquipneia e hipertensão arterial. O concentrado de plaquetas esteve mais relacionado com a reação alérgica.

Discussão

Houve predomínio do sexo masculino (57,57%) e pacientes onco-hematológicos (38,71%). O CP foi mais associado aos incidentes transfusionais, provavelmente, por sua maior utilização. As reações transfusionais agudas registradas foram em sua maioria leves (90,91%) e do tipo alérgica (54,55%) caracterizadas por urticária, prurido e eritema, durante a transfusão ou até três horas após. Porém, não se deve esquecer das subnotificações. Houve registro somente de 1 reação febril não hemolítica (RFNH).

Conclusão

Os resultados corroboram a literatura quanto ao tipo e frequência das reações transfusionais. Evidenciou-se também que a desleucotização reduz a incidência de RFNH, contribuindo para a segurança e qualidade da assistência hemoterápica.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools