O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos pacientes com Mieloma Múltiplo na F HEMOAM no período de 2000 até junho de 2021. Foram identificados e analisados 29 prontuários de pacientes. A mediana da idade foi de 60 anos e a distribuição entre o sexo masculino e feminino teve uma leve inclinação ao sexo feminino. A mediana do tempo de demora de diagnóstico foi de 10 meses, a média de diagnósticos por ano é de 1,3 e houve um pico nos diagnósticos no ano de 2020, com 9 diagnósticos, isso indica um subdiagnóstico da doença, já segundo a incidência da doença no Brasil descrita na literatura (4 novos casos por ano a cada 100 mil habitantes), há 80 casos novos por ano somente na capital do estado (Manaus). A apresentação clínica dos pacientes consiste em dor óssea, fatiga, tontura, febre, parestesia e insuficiência renal. A maior parte dos pacientes sem fragilidade de acordo com a escala de karnofsky são pacientes mais jovens, com idade menor que 65 anos. Há grande presença das características CRAB (hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e dor óssea/bone pain) nos pacientes, com hipercalcemia se apresentando em 55,1% dos pacientes, insuficiência renal em 51,7%, anemia em 82,7% e dor óssea em 79,3%. Nos exames laboratoriais houve presença de VHS aumentado em grande parte dos pacientes (75,8%), a beta 2 microglobulina estava aumentada em cerca de metade deles (51,7%), houve casos com trombocitopenia (17,2%) e leucopenia (20,6%). As formas de tratamento utilizadas foram o protocolo VTD (bortezomibe, talidomida e dexametasona), que foi usado em 34,5% dos casos e o CyBord adaptado (bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona) em 65,5% dos casos, ambos tiveram resultados mistos quanto a sua eficácia, e somente 2 pacientes realizaram o transplante de medula óssea.