Objetivos: Identificar e reunir informações sobre vias sinalizadoras do estresse oxidativo que impactam na quimiorresistencia dos pacientes com mieloma múltiplo (MM). Material e métodos: Foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônica Pub Med e Scielo, utilizando as palavras-chaves: mieloma múltiplo, multiple myeloma, estresse oxidativo, oxidative stress e quimiorresistencia, chemoresistance. A pesquisa incluiu artigos nacionais e internacionais, sendo publicados a partir do ano de 2000. Resultados: Selecionou-se 12 artigos, com base em parâmetros pré-definidos: título do artigo, resultados encontrados e validade da conclusão. Discussão: A glutationa (GSH) é importante na manutenção do status redox intracelular em resposta à quimioterapia, além de envolver-se com a ligação e transporte dessas drogas. Por exemplo, linhagens celulares resistentes ao trioxido de arsênio (ATO) já demonstraram níveis intracelulares elevados desse antioxidante. Por outro lado, questiona-se quanto ao real papel da glutationa no MM, visto que a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) em reposta ao tratamento com ATO não tem impacto na indução de apoptose em linhagens celulares ATO-resistentes. Por isso, sugere-se que talvez o papel principal do GSH seja de desintoxicação e não de montar uma defesa antioxidante. Além disso, não há alteração na via antioxidante Nrf2, relacionada a quimioresistencia, embora haja aumento “exposição-dependente” da expressão do gene que codifica a Glutationa sintetase (GSS), o que justificaria as mudanças nos níveis de glutationa e a quimioresistencia observadas na literatura. Outro objeto de estudo recente são as células tumorais secretantes de IL-6. Sabe-se que seus níveis elevados estão associados a maior agressividade e piores taxas de sobrevivência no MM. Nesse sentido, estressores oxidativos, tais como os raios ionizantes (radioterapia) e H202 ativam a transcrição do NF-κB e potencializam essa secreção parácrina pelo tumor. Sendo assim, considerando o microambiente medular como um local no qual há alta expressão de IL-6, a inibição da síntese dessa interleucina é essencial para que haja um efetivo tratamento radioterápico. Além disso, sob condições fisiológicas os ROS funcionam como moléculas de sinalização intracelular, sendo que as mediadas via ativação do NF-κB regulam o estado redox celular. Nesse sentido, um ambiente intracelular reduzido favorece a ativação do NF-κB e as mudanças no estado redox mediados pelo tratamento com TNF-α conseguem inibir a sua atividade. O TNF-α é importante na patogênese do MM, pois regula a expressão de moléculas de adesão induzidas pelo NF-κB nas células do mieloma e nas células-tronco da medula óssea, aumentando assim o crescimento e a sobrevivência das células tumorais secretoras de IL-6. Nesse quesito, o tratamento simultâneo com IL-6 e H202 aumentaram a atividade do NF-κB, enquanto a combinação do TNF-alfa com o H202 inibiu a atividade desse complexo proteico. No entanto, reconhece-se que ainda são necessários mais estudos para poder determinar como o TNF-alfa regula a ativação do NF-κB nas células do MM na presença de terapias que induzem o estresse oxidativo. Conclusão: Como o MM ainda é uma doença incurável, o aprofundamento nos estudos dessas vias encontradas se torna primordial para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento e sobrevivência.
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