Journal Information
Vol. 44. Issue S2.
Pages S600-S601 (October 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 44. Issue S2.
Pages S600-S601 (October 2022)
Open Access
O USO DO PRONTUARIO AFETIVO EM UNIDADES DE ONCOHEMATOLOGIA
Visits
443
CL Patricio, IG Oliveira, ER Sousa, RC Rocha, HBC Chiattone, RM Higa, L Osorio
Hospital Salvalus, São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 44. Issue S2
More info

A vivência do diagnóstico e tratamento da doença onco-hematológica implica no aparecimento de numerosos e importantes estressores físicos e psicológicos. O impacto do tratamento na qualidade de vida do paciente e de seus familiares é um fenômeno que tem sido estudado, com pesquisas enfocando as diversas estratégias de enfrentamento utilizadas, bem como a prevenção de sintomas e efeitos colaterais do processo, que comprometem tanto a qualidade de vida como a adesão ao tratamento. É fundamental considerar que ao adoecer, o paciente onco-hematológico descobre a sua característica fundamental: o ser no mundo mas também a possibilidade de não estar mais-com-os-outros. Dessa forma, além da dor física, o paciente e também seus familiares se vêm enredados pela dor psíquica – a dor da perda da saúde. E a dor sentida com mais intensidade, não é a dor que a doença traz, mas a dor de saber-se doente, de perder a condição de sadio. Neste sentido, a atuação do Psicólogo Hospitalar com os pacientes onco hematológicos se faz de suma importância, uma vez que, através da avaliação psicológica, é possível identificar a complexidade emocional dos pacientes (prevalentemente alta), justificada pelo longo período de tratamento, resultando por vezes em frustração diante da expectativa de cura e/ou evolução clínica favorável, dor crônica e sequelas emocionais advindas de antecedentes mórbidos pessoais ou familiares. Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da inserção do Prontuário Afetivo na rotina de atendimentos psicológicos nas unidades de oncohematologia adulto e pediátrica e Unidade de Terapia Intensiva. O prontuário afetivo tem como objetivo auxiliar o paciente no resgate do ser sadio e de sua subjetividade proporcionando acolhimento social, familiar e viabilizando a humanização da equipe interprofissional no cuidado ao paciente. Através da atividade, constata-se que os vínculos entre paciente, familiares e equipes de saúde são reforçados, sendo benéfico ao tratamento e período de hospitalização. Com a realização da atividade, é possível atuar diante de manifestações psíquicas e comportamentais do paciente, tais como a despessoalização, isolamento e sensação de abandono (manifestações comuns em pacientes com um longo período de hospitalização). Além disso, verifica-se que o Prontuário Afetivo contribui para o fortalecimento dos recursos de enfrentamento do paciente, que interferem diretamente na forma como o paciente compreende o adoecimento e ressignifica a vivência atual. O prontuário afetivo surge também como contribuição efetiva para pacientes adultos e pediátricos, como forma de sensibilizar a equipe diante do paciente que requer cuidados intensivos, além de proporcionar ao paciente e familiares, acolhimento e proximidade com seu ambiente familiar. O cuidado em descrever quem é o paciente, o que gosta e suas atividades de lazer, compartilhado junto a equipe, facilita na construção da confiança, segurança e amparo dos pacientes, trabalhando de forma eficaz, a iatrogenia provocada pelo ambiente hospitalar, tratamento e manifestações psíquicas e comportamentais, viabilizando o melhor cuidado.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools