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Vol. 44. Issue S2.
Pages S391 (October 2022)
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O PERFIL DOS DOADORES DE SANGUE NA MODALIDADE COLETA EXTERNA
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F Akil, LCR Mello, TG Alencar, RS Moreira
Grupo GSH, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A transfusão de sangue é um procedimento que salva vidas de pacientes quando por exemplo, são submetidos a intervenções cirúrgicas ou durante o tratamento de patologias como neoplasias. Para que tenhamos um estoque de sangue capaz de suprir as necessidades transfusionais, a OMS recomenda que 3-5% da população realize a doação de sangue de forma regular. No Brasil, nosso percentual não atinge 2%. Com o objetivo de alterar esse quadro, diversos esforços são feitos para promover a doação de sangue e, dentre esses, está a coleta externa (CE). Esta consiste no deslocamento de equipe multidisciplinar com montagem de estrutura móvel para doação de sangue em lugares de alto fluxo de pessoas como centros comerciais e universidades. Esta deve assegurar a qualidade e segurança na doação de sangue como num banco de sangue.

Objetivo

Analisar o perfil da doação de sangue na CE, comparando com as doações realizadas no banco de sangue no mesmo período. Para tal coletamos os dados de 6 dias de CE em maio/2022 e, comparamos com as coletas realizadas no mesmo dia no Serum Centro, banco de sangue tradicional e, o Serum Barra que iniciou suas atividades em maio/2021. Ao total tivemos 3 CE, todas com 2 dias consecutivos de atividade, sendo 2 em hospitais de grande porte e, 1 em centro comercial.

Material e métodos

Estudo retrospectivo e observacional realizado por meio de extração e análise de dados do sistema RealBlood. Foram avaliados os comparecimentos e seus motivos, a inaptidão clínica e sorológica e o tipo de doador, além de sexo e grupo sanguíneo. Foram contabilizados apenas doadores de sangue total, sendo excluídos os autólogos ou por aférese.

Resultados

No período, ocorreram 1361 comparecimentos distribuídos: 504 na CE (37,1%), 508 no Serum Centro (37,3%) e 348 (25,6%) no Serum Barra. Em relação a inaptidão clínica, a mesma foi de 84 (16,6%) doadores na CE, 67 (13,2%) no Serum Centro e de 58 (16,7%) no Serum Barra. Já a inaptidão sorológica foi de 20 (4,9%) na CE, 11(2,5%) no Serum Centro e 9 (3,2%) no Serum Barra. O tipo de comparecimento mais frequente na CE foi o espontâneo 469 (92,9%) e, em ambos bancos de sangue, foi o de reposição num nível de 80%. A categoria mais frequente de doadores nos 3 locais foi a de primeira vez sendo 371(73,5%) na CE, 306 (60,2%) no Serum Centro e 227 (65,2%) no Serum Barra. Já os de repetição foram os menos frequentes na CE 20 (4%) quando comparado ao Serum Centro 102 (20,1%) e Serum Barra 55 (15,8%). Em relação ao sexo dos doadores, na CE tivemos o predomínio do feminino 309 (61,2%) e no posto fixo o masculino, Serum Centro 326 (64%) e Serum Barra 190 (54,6%). Por fim a distribuição da frequência de grupos sanguíneos foi a mesma em todos os tipos de coleta e seguiram a ordem: O+, A+, B+, O-, A-, AB+, B- e AB-.

Discussão

: Como esperado, o público da CE foi de doadores espontâneos e de primeira vez com índice de inaptidão sorológica superior, porem clínica semelhante ao Serum Barra. Em relação a resposta do público ao chamamento para doação, na CE tivemos comparecimento semelhante ao Serum Centro, o que nos leva a crer que, muitas vezes a população deixa de doar pelo tempo de deslocamento. Já na coleta fixa, o maior público é de doadores de reposição que são motivados pela necessidade clínica de um determinado paciente.

Conclusão

Com o dia a dia cada vez mais atribulado, a coleta externa é uma forma de doação eficaz e que deve ser mais explorada, uma vez possibilita a promoção a doação de sangue para indivíduos que nem sempre se motivariam, de forma espontânea, para ir a um banco de sangue. O recorrência da coleta externa nos mesmos locais 2 ou 3 vezes ao ano, pode possibilitar que esses mesmos doadores se tornem frequentes, possibilitando a redução nas taxas de inaptidão clínica e sorológica também nessa modalidade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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