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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA COM MUTAÇÃO GERMINATIVA RUNX1
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MM Almeida, LR Soares, LPDS Rocha, PMC Silva, PEM Flores, RS Martins, SMCBP Jesus, WA Poles, F Kerbauy, AF Sandes
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo

Relatar caso de Leucemia Mieloide Aguda (LMA) com mutação germinativa RUNX1 em paciente com plaquetopenia grave e história familiar de plaquetopenia paterna.

Relato de caso

Paciente feminina, 19 anos, com história inicial de plaquetopenia grave e sangramentos cutâneos desde 2019, sem outras citopenias. Apresentava também história familiar de plaquetopenia paterna moderada. Tratada inicialmente com esplenectomia em janeiro/2020 em outro serviço, após diagnóstico de plaquetopenia imune (PTI), porém sem histórico de refratariedade medicamentosa pré-realização do procedimento. Iniciou acompanhamento e investigação com hematologia pediátrica, tendo realizado mielograma em fevereiro/2021, com descrição de medula hipercelular, hipoplasia megacariocítica, normoplasia eritroblástica e sinais de diseritropoiese. Reinterna em outubro/2021 com quadro de sangramentos cutâneos e piora de plaquetometria (7000/uL). Iniciado tratamento de PTI com corticoterapia,imunoglobulina e rituximabe, porém com pouca resposta em plaquetometria, chegando ao máximo de 23000/uL. Recebeu alta hospitalar após controle de sangramento para seguimento ambulatorial. No entanto, perde seguimento e reinterna em março/2022 com úlcera necrótica em coxa direita e febre. Hemograma demonstrava Hb 5,4, 883 eritroblastos, Leucocitos 3470 (1600 Neutrófilos e 7% células anormais), Plaquetas 20000, além de DHL 1711. Esfregaço de sangue periférico com 2% de blastos. Realizado novo estudo medular com imunofenotipagem (IF), demonstrando presença de 5,8% de células de linhagem mieloide imaturas, algumas com bastonetes de Auer, hiperplasia de série eritrocítica e displasia acentuada das três séries. Cariótipo: 46,XX,-7,+22[16]/47,XX,+21[4]. Diante do contexto, fechado diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica (SMD) com excesso de blastos tipo II, sendo encaminhada para avaliação com equipe do transplante de medula óssea (TMO), porém evoluiu no intervalo de um mês com aumento de contagem de blastos em sangue periférico (SP) e progressão para LMA em análise por IF (20% de mieloblastos em SP). Por história familiar e pessoal de plaquetopenia,enviada amostra para pesquisa de mutações germinativas e detectada variante provavelmente patogênica em heterozigose do gene RUNX1.

Discussão

Plaquetopenias familiares com mutação germinativa RUNX1 são síndromes autossômicas dominantes com apresentação clínica diversa mesmo dentro da mesma família, caracterizadas por níveis variáveis de plaquetopenia e de tendência a sangramentos, além de risco aumentado de evolução para SMD e LMA em idade jovem (idade média 33 anos). A evolução para SMD/LMA ocorre em 35 a 40% dos casos e, geralmente, está associada ao ganho de alterações clonais adicionais à alteração germinativa original. O prognóstico desses pacientes não é bem definido na literatura tendo em vista a raridade da doença e poucos casos relatados.

Conclusão

Este trabalho teve como objetivo descrever uma doença rara com poucos relatos na literatura. SMD/LMA com mutações germinativas são tipos incomuns de neoplasia mieloides associadas a distúrbios plaquetários familiares. Dentre essas mutações, a mais comum é do RUNX1. A paciente apresentou quadro característico, com plaquetopenia e evolução para LMA após ganho de nova alteração clonal (monossomia do cromossomo 7). Atualmente com doença residual mínima positiva (25,9% de células mieloides imaturas) após segunda indução sendo iniciada terceira indução para posterior realização de TMO alogênico haploidêntico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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