
Correlacionar os quadros clínicos presentes na leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL) com seus respectivos prognósticos, destacando os fatores que influenciam a sobrevida dos pacientes.
IntroduçãoA leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL) é uma neoplasia maligna agressiva, causada pelo vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1). Este retrovírus tem afinidade por células T CD4+, podendo permanecer latente por décadas antes de desencadear a doença, que normalmente se manifesta na sexta década de vida. A ATLL é classificada em quatro subtipos principais: aguda, linfomatosa, crônica e latente. Esses subtipos apresentam variações significativas na progressão clínica e no prognóstico, com as formas aguda e linfomatosa sendo as mais agressivas e associadas a um prognóstico desfavorável.
Material e métodosEste estudo é uma revisão de literatura de caráter descritivo e abordagem qualitativa. Foram utilizados artigos publicados entre 2019 e 2024 nas bases de dados PubMed e Medline. Os descritores utilizados incluíram “Leucemia-Linfoma de Células T do Adulto” e “HTLV-1”. A análise focou-se na correlação entre as manifestações clínicas da ATLL e seus impactos no prognóstico dos pacientes.
ResultadosOs resultados da revisão mostram que os subtipos agudos e linfomatoso da ATLL têm o pior prognóstico, com sobrevida mediana abaixo de 10 meses e complicações graves como organomegalias, linfadenopatias e envolvimento do sistema nervoso central. Os subtipos crônico e latente evoluem mais lentamente, com sobrevida variando entre 18 e 58 meses, embora 25% dos casos possam se tornar mais agressivos. O subtipo crônico é caracterizado por linfocitose e curso clínico mais indolente, enquanto a forma latente, que representa cerca de 5% dos casos, apresenta “flower cells” e lesões cutâneas sem envolvimento visceral significativo. Pacientes com o subtipo primário cutâneo tumoral (PCT) têm lesões cutâneas graves e sobrevida mediana de aproximadamente 21 meses.
DiscussãoA análise dos estudos sugere que as características clínicas e o curso da ATLL variam amplamente entre os subtipos, com os tipos agudo e linfomatoso sendo os mais preocupantes devido à sua rápida progressão e resposta limitada ao tratamento. O manejo terapêutico desses pacientes geralmente envolve a combinação de quimioterapia e, em alguns casos, o transplante de células-tronco hematopoiéticas, embora os resultados a longo prazo permaneçam insatisfatórios para os subtipos mais agressivos. Fatores como idade avançada, níveis elevados de desidrogenase láctica (LDH) e envolvimento da medula óssea são indicadores prognósticos negativos. Por outro lado, a forma crônica e latente, apesar de menos agressiva, requer vigilância contínua devido ao risco de transformação para subtipos mais graves.
ConclusãoA ATLL é uma neoplasia rara e agressiva, com grande variabilidade prognóstica entre seus subtipos. A identificação precoce e a classificação adequada são cruciais para o manejo clínico, influenciando diretamente os desfechos terapêuticos. Estratégias de tratamento devem ser adaptadas ao subtipo clínico e às características individuais do paciente para otimizar os resultados e melhorar a sobrevida.