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Vol. 42. Issue S2.
Pages 160-161 (November 2020)
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LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PH+ EM ADULTO: RELATO DE CASO
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P.L. Filgueiras, G.C.O. Souza, A.H.A. Resende, L.S. Oliveira, P.C.C. Bariani, R.M.S. Soares, R.S. Melo, T.E. Gonçalves, J.P.L. Silva
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Introdução: Linfoma/Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) pertence às neoplasias hematológicas de linhagem linfoide, amplamente dividida em células B, células T e NK. O sistema de classificação de World Health Organization (WHO) utiliza imunofenótipo e achados citogenéticos e moleculares para categorizar a LLA, uma vez que estes estão associados a distintos fenótipos, marcadores prognósticos e influência nas escolhas de tratamento. A translocação entre os loci 9q34 e 22q11.2 gera um gene de fusão BCR-ABL1, que resulta em uma proteína tirosina quinase constitucionalmente ativa. A recorrência deste rearranjo e a existência de tratamento alvo com inibidores tirosina quinase (TKI), fazem a LLA-B com t(9,22), BCR-ABL1 (LLA Ph+) uma subclasse de relevância clinica e terapêutica. Caso clínico: J.C.Z.G., 42 anos, feminino, admitida em maio de 2020 por sangramentos muco-cutâneos e astenia de início agudo. À triagem inicial, apresentava anemia normocrômica e normocítica e plaquetopenia. Hematoscopia de sangue periférico revelou presença de 52% de blastos. Mielograma evidenciou 70% de blastos de tamanho pequeno a intermediário, com alta relação núcleo-citoplasmática, citoplasma basofílico e agranular, núcleo de cromatina intermediária com 1 a 2 nucléolos; as demais séries hematopoieticas estavam reduzidas e a coloração para mieloperoxidase, negativa. Imunofenotipagem mostrou marcadores compatíveis com LLA do tipo comum: CD45+ (DIM), CD34+, CD117-, CD19+, CD20+, cCD79A+, CD10+, CD66+, CD38-, CD58+, CD13+, CD33-, KAPPA-, LAMBDA-, cTdT+, CD22+, cIGM-, CD81+, NG2-, CD15-, CD21-, CD123-, CD24+, CD9+, cCD3-, CD3-, cMPO-. A elevada expressão de CD66+ sugeriu a possibilidade de LLA Ph+. O cariótipo de medula óssea foi inconclusivo. Realizado RT-PCR para BCR-ABL1 que resultou positivo do tipo 190p. Diante da confirmação de LLA Ph+, iniciado protocolo GRAAPH-2005, composto de Imatinibe (TKI) e HyperCVAD. Apresentou resposta hematológica completa após ciclo 1 bloco A do GRAAPH-2015. Infelizmente, durante bloco B, apresentou intercorrência infecciosa com evolução para óbito. Discussão: O cromossomo Filadélfia (Ph), que contém a t(9,22), é observado em aproximadamente 5 por cento das LLA nas crianças, 25% nos adultos e em 50% nos maiores de 50 anos. Os achados clínicos e morfológicos são semelhantes aos outros tipos de LLA-B. A presença de BCR-ABL1 é um marcador prognóstico associada com resultados adversos, como menor taxa de remissão hematológica completa e baixa sobrevida livre de eventos em 5 anos. Porém, a inclusão dos TKI melhorou consideravelmente os resultados, uma vez que induz maiores taxas de remissão e melhores taxas de sobrevida, também em pacientes idosos. Atualmente, a base da terapia de indução é o tratamento com TKI, com ou sem quimioterapia, seguido por procedimentos de consolidação. A identificação precoce do cromossomo Ph e/ou o rearranjo BCR-ABL1 nas LLA-B, preferencialmente ao diagnóstico, durante a pré-fase com corticoesteroides, permite otimizar o manejo destes pacientes. A investigação diagnóstica pode ser realizada com técnicas como cariótipo, FISH ou RT-PCR. Este último permite também definir o tipo de transcrição (p190 ou p210), quantificar os níveis de BCR-ABL1 e monitorar doença residual mensurável durante o curso da doença. Conclusão: No advento de TKI, é mandatória a definição da presença do rearranjo BCR-ABL1 na investigação diagnóstica mínima para todos os pacientes com LLA-B.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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