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Vol. 42. Issue S2.
Pages 538-539 (November 2020)
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IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA COVID-19 EM PACIENTES COM LLA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
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E.P. Rios, L.S.L. Sobreira, J.M. Costa, L.F. Pessotti, L.C. Basilio, T.C.C. Fonseca
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil
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O objetivo deste trabalho é compreender, a partir da literatura, as implicações clínicas da covid-19 em pacientes com LLA. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura construída a partir da busca realizada na base de dados Pubmed utilizando os descritores lymphoblasticleucemia and covid. Inicialmente foram encontrados 20 artigos e após a leitura dos resumos foram selecionados 12 artigos para leitura na íntegra, dos quais 5 atendiam aos critérios de inclusão. Os estudos selecionados foram publicados em 2020 na Itália, China, Espanha e México. Quanto às mudanças no tratamento da LLA diante da infecção por covid, foi observado que a conduta se baseou na terapêutica padrão e nas condições clínicas dos pacientes durante o curso da infecção. Dessa forma, a conduta adotada em 1 dos artigos foi o adiamento do início do tratamento da LLA em uma criança que apresentou covid pelo risco do uso de corticoides e quimioterapia durante a infecção. Mas, após o primeiro resultado negativo, foi iniciada a pré-fase de esteroides do protocolo, com boa evolução do tumor. Em outro trabalho, um paciente de 1 ano e 8 meses, após o diagnóstico de covid, recebeu azitromicina e hidroxicloroquina oral, apresentou hipoxemia e adotaram oxigenoterapia de alto fluxo. Dada a persistência dos sintomas e a suspeita de síndrome de liberação de citocinas, foi utilizado tocilizumb. Em 24 horas, a febre e os sintomas respiratórios cessaram e o paciente teve alta após 14 dias com resultado negativo para covid. Em outro estudo foram analisadas 3 crianças que apresentaram neutropenia febril e desenvolveram sintomas respiratórios após início da febre, um deles evoluiu para dificuldade respiratória, necessitou de ventilação mecânica invasiva e foi a óbito. Dois deles foram tratados com enoxaparina, o terceiro não recebeu devido a trombocitopenia grave, todos receberam antibioticoterapia com claritromicina e tiveram uma boa evolução na internação hospitalar. Em outro trabalho, que envolveu 267 pacientes, apenas 1 dos adultos testou positivo para covid, foi transferido para UTI com sintomas de pneumonite e celulite, apresentando boa evolução. O último caso foi de uma mulher de 62 anos com diagnóstico prévio de LLA que, 13 dias após alta do tratamento, apresentou sintomas de covid, realizando TC que mostrou leve infiltração no pulmão direito. A paciente recebeu lopinavir/ritonavir, apresentou febre de 38̊a 40̊, mesmo após antibioticoterapia, e desenvolveu forte falta de ar. Após a administração estrita de fluidos e doses mais altas de diuréticos, os sintomas melhoraram ligeiramente, mas a febre persistiu e a paciente foi a óbito. Esses estudos evidenciam que o tratamento dos pacientes com LLA não foi modificado durante a pandemia e sugere que uso do tocilizumb está relacionado a uma ótima evolução clínica nos pacientes em condições mais graves. Além disso, os trabalhos mostraram que existem dificuldades em alocar pacientes para o transplante alogênico de células-tronco quando necessário, devido ao curso da pandemia. Conclui-se então, que o prognóstico dos pacientes com LLA infectados pelo SARS-CoV-2 permanece incerto, principalmente diante da escassez de produção científica nesse sentido. Assim, maiores estudos que demonstrem o curso da infecção e suas implicações nesses pacientes são necessários para o desenvolvimento de diretrizes clínicas específicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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