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Vol. 44. Issue S2.
Pages S426-S427 (October 2022)
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Pages S426-S427 (October 2022)
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IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE TRANSFUSÃO MACIÇA EM SERVIÇO PÚBLICO DE REFERÊNCIA EM TRAUMA DO CEARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
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VDD Nascimento, FWRD Santos, DS Marinho, DS Lima, LAM Farias
Instituto Dr. José Frota (IJF), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Descrever o processo de implantação do Protocolo de Transfusão Maciça, em hospital público de referência em trauma e alta complexidade do Ceará.

Material e método

Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre a implantação do Protocolo de Transfusão Maciça. A experiência foi realizada no Instituto Dr. José Frota (IJF), da Prefeitura Municipal de Fortaleza, Ceará e iniciada em janeiro de 2017.

Resultados e discussão

Para qualificar o atendimento às vítimas de trauma com choque hemorrágico, o Comitê Transfusional Hospitalar (CTH) do IJF foi responsável pela construção e validação do Protocolo Transfusional de Manejo do Paciente com Hemorragia Grave no Trauma (visível ou presumida), também chamado de Protocolo de Transfusão Maciça – PTM. A transfusão maciça é uma abordagem transfusional necessária que ocorre em reposta a um quadro de hemorragia grave, sendo associada à reposição de pelo menos 10 ou mais concentrado de hemácias. O PTM implantado no IJF envolve a liberação de pacotes transfusionais na proporção de 1:1 (plasma e hemácias universais) em até 3 minutos, sob a condição de um cenário de choque hemorrágico classe IV, ou a identificação do paciente de risco com avaliação de 2 ou mais critérios na classificação do score ABC (Assessment of Blood Consumption ) do trauma. Imediatamente antes da infusão dos pacotes transfusionais, são coletadas amostras de sangue para o laboratório e núcleo transfusional, tão logo, iniciada a hemotransfusão às cegas dos componentes universais. A liberação de hemácias universais, com provas de compatibilidade em andamento, é realizada após recebimento da requisição de transfusão, com assinatura do termo de responsabilidade médica para emergências; sendo liberado até a estabilização do paciente, com parada do sangramento, chegada dos exames laboratoriais ou óbito. A necessidade de entendimento do protocolo e as respectivas nuanças envolveu ações de capacitações em serviço para todas as equipes de atendimento ao paciente politraumatizado grave no IJF. O PTM foi iniciado em janeiro de 2017 e passou por várias adaptações no decorrer do processo, que foram sendo vivenciadas no primeiro ano de implantação e de maiores desafios, como falhas de acionamento e não finalização do protocolo, sendo superados com melhorias no treinamento em serviço das equipes de atendimento emergencial. Em janeiro de 2018, houve a inclusão do plasma fresco descongelado para liberação imediata, sendo, inicialmente, transfundido plasma e hemácias. Em outubro de 2018, instaurou-se equipe de enfermeiros do trauma para gerenciar o PTM e atuar no uso de tecnologias assistências com Recuperação Intraoperatória de Sangue – RIOS e tromboelastometria rotacional, como metodologia de avaliação da coagulação do paciente. As ações de acionamento do PTM e gerenciamento são avaliadas trimestralmente pelo CTH e discutidas em reuniões ordinárias. A média de acionamentos do PTM diário foi de 1,5, com melhora significativa na estabilização hemodinâmica dos pacientes após a infusão da metade do primeiro pacote transfusional, encerramento da fase cega e início da hemotransfusão guiada por metas.

Conclusão

Com a implementação do protocolo de transfusão maciça, otimizou-se a abordagem transfusional de emergência no trauma, com estratégias de gerenciamento e uso de tecnologias assistenciais, além de contribuir para o controle da hemorragia e rápida decisão e viabilidade cirúrgica dos pacientes com choque hemorrágico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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