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Vol. 44. Issue S2.
Pages S130 (October 2022)
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IGHV: FREQUÊNCIA E MUTAÇÕES PRESENTES EM BRASILEIROS COM LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA
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AC Narciso, CC Martino, BR Luiz, KFC Martho, DCS Pereira, AF Sandes, ML Chauffaille
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A determinação do estado da hipermutação somática (HMS) da região variável da cadeia pesada do gene IGH (IGHV) é um marcador utilizado para estratificação de risco de prognóstico e auxílio na decisão clínica em pacientes com LLC. Essa determinação deve-se ao sequenciamento das regiões V-D-J que formam a porção de ligação ao antígeno.

Objetivos

Foi realizado um estudo retrospectivo entre outubro/2020 e maio/2022 da análise do estado mutacional de IGHV em pacientes com LLC, atendidos pelo Grupo Fleury.

Materiais e métodos

1283 amostras de sangue periférico foram coletadas de pacientes diagnosticados com LLC, 731 homens e 552 mulheres, com mediana de idade de 55,5 anos. O RNA obtido foi processado e analisado de acordo com os critérios previamente descritos pelo European Research Initiative on Chronic Lymphocytic Leukemia (ERIC).

Resultados

Foi possível determinar o estado mutacional de 93% (n = 1197) das amostras analisadas. 5% foram consideradas limítrofe (97% - 97,99% de identidade) e 2% classificados como casos problemáticos (rearranjo não produtível ou policlonalidade), sem possibilidade de interpretação. Uma única população de IGHV foi observada em 83% (n = 1071), enquanto em 10% (n = 84) mais de uma população. Os rearranjos mais frequentes foram: IGHV1-69 (n = 166), IGHV4-34 (n = 89), IGHV3-23 (n = 84). Em relação ao estado mutacional, 56% (n = 718) foram não mutados, dentre eles, 21% (n = 272) do subgrupo IGHV-1, 19% (n = 249) IGHV-3, 11% (n = 139) IGHV-4, 2% (n = 25) IGHV-2, 2% (n = 27) IGHV-5, 0,3% (n = 4) IGHV-6 e 0,1% (n = 2) IGHV-7. Rearranjos mutados corresponderam a 40% (n = 511), dos quais 20% (n = 264) IGHV-3, 11% (n = 137) IGHV-4, 5% (n = 66) do subgrupo IGHV-1, 2% (n = 23) IGHV-2, 1% (n = 13) IGHV-5, 0,5% (n = 6) IGHV-6 e 0,1% (n = 2) IGHV-7. Além disso, dentre os rearranjos da família IGHV-3, 9% (n = 42) pertenciam ao IGHV3-21 caracterizado como estereótipo #2, associado a prognóstico desfavorável independentemente da presença de mutação. Outros estereótipos de importância clínica foram observados em menor frequência: i) estereótipo #4 IGHV4-34/IGHD5-18/IGHJ6, observado em 2% (n = 3) dos rearranjos IGHV4 mutados, associado a maior predisposição para transformação Richter; ii) estereótipo #8 IGHV4-39/IGHD6-13/IGHJ6, em 13% (n = 18) dos IGHV4 não mutados, relacionado a pouca idade no diagnóstico e curso clínico indolente em comparação aos outros rearranjos de IGHV mutados.

Discussão

Foi possível obter um resultado direto e confiável em 93% das amostras e apenas 2% foram inconclusivas. Esses resultados são concordantes com dados obtidos em estudos previamente publicados, nos quais foi observado o rearranjo IGHV1-69 em maior frequência, seguido do IGHV4-34 e IGHV3-23. Da mesma forma, a proporção de casos mutados e não mutados aqui apresentados corroboram com os dados vistos na América Latina cujas taxas de não mutados são maiores que os mutados.

Conclusão

Foi possível caracterizar HMS em IGHV, em pacientes com LLC, avaliar o prognóstico sob esse aspecto e consequentemente supor resposta a terapia ou desenlace. Com isso, reforçamos a importância de fornecer esses resultados devido à sua comprovada relação com a estratificação de risco e auxílio na decisão clínica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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