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Vol. 43. Issue S1.
Pages S483 (October 2021)
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HIPERPIGMENTAÇÃO MUCOCUTÂNEA SECUNDÁRIA À TERAPIA COM HIDROXIUREIA
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ACAD Santosa, RM Almeidab, ADC Gusmãob, JAS Lopesc, OFD Santosc, TS Espósitoa, NC Abreud, MA Costae, CM Oliveiraf, DOW Rodriguesg
a Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Liga Acadêmica de Hematologia (HEMOLIGA – JF), Juiz de Fora, MG, Brasil
b Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF - SUPREMA), Liga Acadêmica de Hematologia (HEMOLIGA – JF), Juiz de Fora, MG, Brasil
c Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Liga Acadêmica de Hematologia (HEMOLIGA – JF), Juiz de Fora, MG, Brasil
d Hospital Eduardo de Menezes, Belo Horizonte, MG, Brasil
e Departamento de Clínicas Especializadas – Dermatologia Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil
f Instituto Oncológico, Juiz de Fora, MG, Brasil
g Fundação Hemominas (HEMOMINAS), Juiz de Fora, MG, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivo

Revisar a literatura científica sobre as manifestações dermatológicas secundárias à terapia de hidroxiureia (HU), em especial a hiperpigmentação mucocutânea, discutindo sua fisiopatogenia, frequência e a conduta na vigência do evento adverso.

Material e métodos

Foi realizada revisão integrativa da literatura na base de dados PubMed/Medline utilizando os descritores “Hyperpigmentation”e “Hydroxyurea”. Foram incluídos artigos originais e de revisão, nos idiomas inglês e português, publicados entre 1974 e Julho/2021. Foram excluídos artigos que não abordaram a hiperpigmentação relacionada ao uso de HU. Dos 56 estudos encontrados, 26 foram selecionados seguindo critérios de inclusão e de exclusão para compor a presente revisão bibliográfica.

Resultados

HU é uma droga citostática utilizada para inibir a enzima ribonucleotídeo redutase na fase S da replicação celular bloqueando a síntese de DNA e inibindo a divisão celular. A terapia com HU pode apresentar eventos adversos dose-dependentes e reversíveis em até 43% dos pacientes. Dentre as manifestações dermatológicas associadas ao fármaco cita-se xerose cutânea, hiperpigmentação mucocutânea, ulcerações, erupções liquenoides, alopecia, aftose, eritema semelhante a dermatomiosite, cromoníquia, atrofia de pele, descamação de face, mãos e pés, ceratose actínica e carcinomas cutâneos. Estima-se que a hiperpigmentação mucocutânea possa acometer até 50% dos pacientes que fazem uso de HU. Nesse cenário, os relatos de melanoníquia são os mais prevalentes e a hiperpigmentação da cavidade oral e/ou de língua é rara. Teorias foram postuladas sobre a fisiopatogenia da hiperpigmentação relacionada ao uso de HU, como ativação dos melanócitos, fotossensibilização induzida pela droga e deposição na derme de um complexo de ferro formado a partir do metabólito da HU. Acredita-se que exista predisposição genética correlacionada ao evento.

Discussão

A HU é um medicamento utilizado no tratamento de doenças mieloproliferativas, anemia falciforme e psoríase. Os efeitos colaterais cutâneos associados à HU são subestimados e possuem curso benigno. As lesões hipercromáticas possuem distribuição imprevisível e são prevalentes em tratamentos de longo prazo,o tempo estimado de uso da HU para que ocorram é extremamente variável. Seu acometimento não exige a interrupção do uso da droga, em alguns casos, pode ser necessário realização de estudo histopatológico para diagnóstico diferencial.

Conclusão

A hiperpigmentação de pele e mucosas associado à HU é um evento benigno, reversível, de caráter estético e que não exige a interrupção da droga. Reconhecer tal evento adverso permite ao médico especialista tranquilizar o paciente e evitar a interrupção do tratamento desnecessariamente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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