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Vol. 42. Issue S2.
Pages 152-153 (November 2020)
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HEMATOLOGIA MULTIPROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO DE LLA
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G.T. Nunes, C.S. Sobral, T.F.C. Melo, N.B.P. Medeiros
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Objetivo: Como em outras doenças hematológicas, a LLA tem suas peculiaridades de assistência, tratamento e transtornos sociais. Este estudo tem como objetivo descrever um caso de LLA do tipo B durante internação no Hemorio envolvendo a atuação das três áreas da residência: biomedicina, enfermagem e serviço social. Método: Qualitativo do tipo estudo de caso. As residentes acompanharam o paciente de codinome Tiê. Foram utilizados dados de prontuário, exames laboratoriais, exame físico e ficha social; além de observação em atividades práticas da residência. Resultados: Durante o período estudado foi possível fazer o seguinte relato: Tiê, sexo masculino, 60 anos, cor branca, hipertenso, 80 kg, 153 cm, brasileiro, natural do estado da Paraíba, reside no município de Itaboraí/RJ, religião católica, divorciado, quatro filhos, relatou ter ensino fundamental incompleto e trabalhar como auxiliar de serviços gerais. Proveniente do Hospital Municipal Dr. Celso Martins localizado em Cachoeiras de Macacu. Deu entrada no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Hemorio no dia 07/03/2019 com indicação clínica de leucose aguda. Encaminhado à internação no 5° andar. Tiê teve seu diagnóstico fechado durante a internação. O Laboratório de Citometria de Fluxo realizou imunofenotipagem investigativa para leucemias com amostra de sangue periférico. Com isso, foi detectado 68% de blastos linfóides e marcadores compatíveis com Leucemia Linfoblástica Aguda de células B. Ainda nesse período, foi realizada entrevista e ficha social do paciente pelo Serviço Social. Constatou-se, que apesar de ter passado um mês internado em outra unidade, Tiê ainda não havia dado entrada em auxílio doença. O idoso e sua família apresentaram queixas sobre dificuldades financeiras. Foram orientados sobre a necessidade de requerimento deste benefício. Além do direito à saque do FGTS e PIS (devido à neoplasia maligna), e ainda do TFD – Tratamento Fora de Domicílio (município de origem do paciente deve se responsabilizar por seu deslocamento ao município da unidade em que faz tratamento). No geral, Tiê apresentou hemogramas com oscilações de hemoglobina, plaquetas e leucócitos de acordo com as transfusões realizadas. Por fim, Tiê recebeu alta hospitalar em 10/04 com parâmetros laboratoriais e hemodinâmicos aceitáveis. Retornou em 15/04 para realização de exames agendados no SPA relatando episódios diarreicos. Teve que permanecer internado e seguiu relatando dificuldades financeiras por não ter conseguido realizar o saque do FGTS e impasses no processo de auxílio-doença. Conclusão: A partir do acompanhamento de Tiê, foi possível concluir que o trabalho transdisciplinar é essencial para atenção integral ao paciente hematológico, visto que a doença envolve outros fatores além do físico. É necessário olhar para cada paciente como um todo, não só para suas condições clínicas; problemas financeiros podem acarretar em falta de fé, otimismo e persistência por parte do paciente. Além do tratamento da LLA que pode incluir quimioterapia, transfusão sanguínea, antibioticoterapia; o suporte familiar pode fazer a diferença. No caso descrito, Tiê possui quatro filhos que se revezavam para acompanhá-lo na internação e ainda contava com uma irmã que o ajudava na alimentação quando em casa. Isso o fez ficar mais confiante. Portanto, o presente estudo pode ajudar na motivação de profissionais da assistência a pacientes hematológicos a ter uma atuação integrada, visando o bem estar geral dos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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