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Vol. 44. Issue S2.
Pages S425 (October 2022)
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FREQUÊNCIA DOS SUBTIPOS A2 E A2B EM DOADORES DE PLAQUETAFÉRESE NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
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RM Benitesa, AG Rosaa,b, PH Janzena,b, B Blosa, LDN Vargasa, LO Garciaa, L Sekinea,c, JPM Franza
a Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
b Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil
c Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Os antígenos ABO estão presentes em diversos tecidos humanos, sendo que no sangue são expressos nos eritrócitos e também nas plaquetas. Com a demanda crescente de transfusão de plaquetas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), nem sempre é possível seguir a compatibilidade ABO. Muitas vezes utiliza-se plaquetas do grupo A ou AB em pacientes que possuem anti-A. Nessas situações, é vantajoso detectar doadores de plaquetaférese dos subgrupos A2 ou A2B e manter um estoque destes doadores para garantir a disponibilidade de plaquetas, especialmente na falta de plaqueta isogrupo.

Material e métodos

No período de novembro de 2019 a maio de 2020 e de setembro de 2021 a abril de 2022 foram avaliados 211 doadores de plaquetaférese dos grupos A e AB. As amostras de sangue com EDTA foram coletadas dos doadores e testadas para A1, A2 e A2B com lectina Anti-A1 (Dolichos biflorus) e Anti-H (Ulex europaeus), pela metodologia em tubo.

Resultados

Dos 199 doadores com resultados válidos, 184 eram do grupo A e destes, 149 (80,98%) eram do tipo A1 e 35 (19,02%), A2. Das plaquetaféreses do gupo AB, 14 (93,33%) de um total de 15 foram caracterizadas como A1B e apenas 1 (6,67%) como A2B. No total, obtivemos 81,9% dos indivíduos do grupo A (ou AB) com fenótipo A1 (ou A1B), e 18,09% com fenótipo A2 (ou A2B). Nenhuma das amostras apresentou anti-A1 no plasma. Um total de 12 amostras obtiveram resultados discrepantes ou indeterminados, e foram excluídas da análise.

Discussão

Juntos, os fenótipos A1 e A2 representam 99% dos indivíduos do grupo A. Cerca de 80% dos indivíduos A e AB são A1 e A1B, 19% são A2 ou A2B e 1% são referentes a outros subgrupos de A. Os percentuais acima, relatados na literatura, foram observados neste estudo para doadores do grupo A e na avaliação conjunta com doadores A e AB. Para o grupo AB separadamente, a frequência de indivíduos A2B foi um pouco menor, o que pode ser explicado pela baixa amostragem (15 doadores). No HCPA, os doadores de plaquetaférese são convocados pela tipagem sanguínea ou compatibilidade HLA, de acordo com a necessidade transfusional dos pacientes. Entretanto, nem sempre é possível suprir a demanda transfusional. Sabe-se que a quantidade antigênica de “A”no subgrupo A2 é menor em comparação com indivíduos A1, diminuindo a intensidade da reação antígeno-anticorpo na presença de anti-A em receptores O ou B. Neste sentido, criar um cadastro de doadores do subgrupo A2 e A2B pode contribuir para uma maior disponibilidade de plaquetas, especialmente nas transfusões com incompatibilidade ABO, causando um menor prejuízo ao incremento plaquetário.

Conclusão

A disponibilidade de plaquetas isogrupo é uma das principais dificuldades dos serviços de Hemoterapia, considerando a baixa porcentagem de doadores voluntários e alta demanda transfusional, especialmente nos hospitais de alta complexidade que atendem transplantes. Neste contexto, criar alternativas para ter uma maior disponibilidade de plaquetas e ter hemocomponentes que proporcionem melhores resultados terapêuticos, pode contribuir para o gerenciamento do estoque e um suporte transfusional mais seguro e eficaz para os pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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