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Vol. 44. Issue S2.
Pages S4 (October 2022)
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FREQUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS NO GENE HFE (H63D, C282Y E S65C) EM PACIENTES COM HB S/BETA-TALASSEMIA E SUA ASSOCIAÇÃO COM A GRAVIDADE CLÍNICA
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TF Ribeiro, ACA Zucão, DP Malerba, CRB Domingos
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

A beta-talassemia é causada por mutações no gene da β-globina, que resulta na ausência ou redução na taxa de síntese das cadeias de β-globina normal. A ausência de cadeias de β-globina e o excesso de cadeias de α-globina incompatíveis causam eritropoiese ineficaz, resultando em anemia. A hemocromatose hereditária (HH) é uma doença caracterizada pelo excesso de ferro, devido aos polimorfismos no gene HFE (H63D, C282Y e S65C), que levam a alterações no metabolismo do ferro. Esse trabalho teve por objetivo avaliar a frequência de polimorfismos no gene HFE em pacientes com Hb S/β-talassemia, e classificados em risco de gravidade pela Calculator of severity of sickle cell disease.

Metodologia

Amostras de DNA de 20 pacientes com Hb S/β-talassemia foram submetidas à análise molecular para confirmar as mutações, por PCR-RFLP e PCR-AE. Caracterizamos os pacientes de acordo com o sexo, idade e gravidade. As análises estatísticas foram realizadas no software IBM SPSS Statistics 20 e os resultados foram reportados em porcentagem, com nível de significância de 0,05. Testamos a associação entre os genótipos homozigotos e heterozigotos da mutação H63D pelo teste de Qui-Quadrado. Em seguida, verificamos a associação entre o sexo, idade e gravidade com o polimorfismo H63D pelo teste exato de Fisher.

Resultados

Verificaram-se 8 indivíduos do sexo masculino e 12 do sexo feminino, com idades entre 10 e 54 anos, com média de 27 anos. Para a mutação H63D foram identificados 7 indivíduos com o genótipo homozigoto selvagem, 13 heterozigotos e nenhum homozigoto mutante. Para as mutações C282Y e S65C não foram encontrados mutantes. Para a mutação H63D, não ocorreram diferenças significativas entre os genótipos homozigotos selvagens, heterozigotos e homozigotos mutantes (p = 0,18). Observamos que não ocorreram diferenças significativas entre o sexo e idade para o polimorfismo H63D (p > 0,05). O genótipo heterozigoto para H63D foi mais frequente em homens com Hb S/β-talassemia (9-45%) do que em mulheres (4-20%). A relação da gravidade entre os pacientes com Hb S/β-talassemia e a mutação H63D apresentou diferenças significativas (p = 0.04), sendo a gravidade intermediária com maior frequência nos heterozigotos (6-30%).

Discussão

A presença do polimorfismo H63D pode ser um fator de risco para a sobrecarga de ferro nos pacientes com Hb S/β-talassemia. Apesar da baixa penetrância do alelo mutante, se encontra em maior frequência na população brasileira, indicando que a mutação pode influenciar na sobrecarga de ferro e levar a casos mais graves de Hb S/β-talassemia.

Conclusão

Os resultados evidenciaram alta frequência do polimorfismo H63D, principalmente em homens com Hb S/β-talassemia. Existe uma relação entre a gravidade da doença e a presença da mutação H63D.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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