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Vol. 44. Issue S2.
Pages S472 (October 2022)
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FENOTIPAGEM DE DOADORES COMO IMPORTANTE FERRAMENTA NO LABORATÓRIO DE IMUNO-HEMATOLOGIA ESPECIALIZADA
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ACT Sousa, FA Moretto, HPF Camilo, MLR Barjas-Castro
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Na resolução de casos complexos em imuno-hematologia, a presença de múltiplos aloanticorpos ou anticorpos dirigidos contra antígenos de alta incidência polpulacional é um dos principais desafios dos laboratórios especializados. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância da utilização de soros policlonais de pacientes aloimunizados na fenotipagem preliminar de doadores de sangue, contribuindo para a resolução de casos complexos não solucionados por reagentes comerciais.

Material e métodos

Amostras de soros de pacientes contendo anticorpos contra antígenos de alta ou baixa incidência populacional, não disponíveis comercialmente, foram utilizadas para a fenotipagem de alguns doadores de sangue pré-selecionados. Relato de dois casos: Amostras de dois pacientes avaliados na rotina de investigação imuno-hematológica do Hemocentro UNICAMP, contendo anticorpos não comumente encontrados, foram utilizadas. Caso 1: paciente do grupo sanguíneo “B”com presença de aloanticorpos anti-D+C, -Fya e -Ytb foi admitida diversas vezes, permanecendo com o mesmo padrão imuno-hematológico em todos os estudos. O soro e/ou plasma da paciente foi utilizado para fenotipagem de doadores de sangue “O”, rr, Fya negativo. Foram encontrados 17 doadores com o fenótipo preliminar Ytb positivo. Os doadores Ytb positivos encontrados foram submetidos à genotipagem eritrocitária, confirmando o genótipo Ytb positivo e dentre estes foi identificado um doador com o raro genótipo Yta negativo. Caso 2: Paciente do grupo sanguíneo “A”, admitido para avaliação pré-cirúrgica, apresentou aloanticorpo contra antígeno de alta incidência populacional, que não foi passível de identificação na época. A paciente foi orientada a realizar doação autóloga para o procedimento cirúrgico. O plasma coletado, ainda sem identificação do aloanticorpo presente, foi utilizado na fenotipagem de aproximadamente 3500 doadores durante cerca de dez anos, porém infelizmente não foi localizado nenhum doador compatível. Recentemente foram recebidas hemácias de outro serviço com o raro fenótipo PP1Pk negativo, que foram compatíveis com o soro da paciente. Testes complementares com novas amostras e genotipagem são necessários para confirmação.

Discussão

Em um laboratório de imuno-hematologia especializado são necessárias muitas ferramentas, como enzimas e outros reagentes químicos, anti-soros raros e hemácias raras para a resolução dos casos mais complexos. Frequentemente, anti-soros raros não são disponíveis comercialmente e as plataformas de genotipagem de larga escala também não contemplam diversos antígenos. Assim, muitas vezes a resolução de casos complexos só é possível através da utilização de soros e hemácias procedentes de pacientes em estudo.

Conclusão

Anti-soros e hemácias raras são parte valiosa do arsenal de ferramentas, seja para buscar doadores com ausência de antígenos de alta incidência populacional, que podem ser extremamente importantes na transfusão de pacientes, como para busca doadores com presença de antígenos de baixa incidência, que poderão compor painéis de hemácias raras congeladas que são de grande valia na identificação de anticorpos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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