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Vol. 44. Issue S2.
Pages S113-S114 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S113-S114 (October 2022)
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EFEITO DO DARATUMUMABE NO LINFOMA PLASMABLÁTICO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
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GG Almeidaa, GH Fernandesa, MEP Aguiara, CEDR Castroa, MCS Freitasa, FD Xaviera,b, FSB Ferreirab
a Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
b Hospital DF Star, Brasília, DF, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Relato de um caso de linfoma plasmablástico HIV-negativo refratário a 3 linhas de tratamento, que obteve resposta completa após tratamento com Daratumumabe.

Material e métodos

Revisão de prontuário do paciente e da literatura. As bases de dados utilizadas foram PubMed, SciELO e Google Acadêmico.

Resultados

MKJ, sexo maculino 40 anos, portador de linfoma não-Hodgkin do tipo plasmablástico, HIV negativo. Foi tratado em 1ªlinha com 6 ciclos do esquema DAEPOCH, refratário. Foi submetido a terapia de 2ªlinha com protocolo IVAC seguido de consolidação com transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico. Paciente evoluiu com recaída sistêmica da doença no D+60. Nessa ocasião, foi submetido a radioterapia antiálgica, seguido de terapia de 3ªlinha com 2 ciclos do esquema GEMOX, porém sem resposta. Considerando doença refratária, foi iniciado tratamento de 4ªlinha baseado no anticorpo monoclonal anti-CD38 Daratumumab, com frequência semanal iniciada em fevereiro de 2022, tendo realizado 9 ciclos de Daratumumabe na dose de 16mg/kg IV. O primeiro ciclo foi feito em associação EPOCH, mas, devido a toxicidade, os subsequentes foram realizados apenas com Daratumumabe. Paciente obteve resposta metabólica completa avaliada por PET-CT e resolução da infiltração medular demonstrada por biópsia de medula óssea. Resposta foi consolidada com novo TCHT, realizado em junho. Porém, evoluiu com complicações, desenvolvendo quadro grave de infecção fúngica invasiva pulmonar do tipo aspergilose, com evolução para sepse e óbito em Julho de 2022.

Discussão

O linfoma plasmablástico (LPB) é uma neoplasia hematológica agressiva de prognóstico reservado, especialmente no fenótipo HIV-negativo, apresentando sobrevida global média de 9 meses. Os tratamentos atualmente utilizados têm, portanto, pouca capacidade de obter controle sustentado da doença, como ocorreu no caso relatado, com refratariedade a 3 linhas terapêuticas. Parte da dificuldade terapêutica se deve ao fato de que o clone neoplásico do LPB tem fenótipo diferente dos demais linfomas B, não expressando CD-20 e CD-19, tornando esquemas consolidados como EPOCH associado a Rituximabe ineficazes. Por outro lado, o LPB expressa marcadores típicos de plasmócitos, como CD-38, e por isso teoriza-se que fármacos usados no tratamento de Mieloma Múltiplo possam ser úteis para pacientes portadores de LPB. Nesse contexto, o Daratumumabe, um anticorpo monoclonal humano anti-CD38, tem sido estudado como um candidato para tratamento de LPB. Partindo desse princípio e das evidências até o momento, foi realizado esse tratamento no paciente do caso relatado. Em séries de casos presentes na literatura, outros pacientes portadores de PBL apresentaram resposta completa após administração de Daratumumabe.

Conclusão

O uso de Daratumumabe se mostra como uma nova opção terapêutica para o tratamento do linfoma plasmablástico, especialmente nos casos de refratariedade a outras terapias ou recidiva da doença. Neste caso, foi demonstrado que o paciente evoluiu com resposta terapêutica completa, em conformidade com outros relatos na literatura. Destaca-se a possibilidade de toxicidade do daratumumabe durante o tratamento, como apresentado no caso.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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