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Vol. 43. Issue S1.
Pages S282-S283 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S282-S283 (October 2021)
HEMATOLOGIA PEDIÁTRICA
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DOENÇA FALCIFORME: INFARTO ÓSSEO OU OSTEOMIELITE?
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ARAD Santos, MAG Ferrarini, JAP Braga
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivo

Identificar características clínicas e laboratoriais de osteomielite (OM) em 3 pacientes com doença falciforme (DF).

Método

Avaliação retrospectiva do prontuário. Caso 1 Menino, 12 anos, HbSS, em transfusão crônica desde os 8 anos, por AVC. Procurou o pronto socorro (PS) com queixa de dor em membros superiores (ms) e inferiores (mi), de forte intensidade há 1 dia, negava trauma, febre ou demais queixas, melhorando com o uso de tramadol. Hb 10,6g/dL; GB 2600/mm3 (6475 N; 3667 L); PCR 97,32 mg/L. No 2°dia de internação (DI) iniciou quadro de parestesia em mandíbula esquerda (E), com sinais flogísticos e dor no último molar E. Ulectomia: saída de secreção purulenta. No 3°DI introduzido ceftriaxone (CTX) e clindamicina e drenagem do molar. Ressonância magnética (RM) sinais de OM. Afebril por 9 dias. Nenhum agente foi isolado. Alta Hb 11,5; GB 12300 (7417 N; 2645 L) PCR 6,85, com ciprofloxacino (CPX) e clindamicina, VO, por 49 dias. Caso 2 Menina, 9 anos, HbSC. Procurou o PS com queixa de dor de forte intensidade em região lombar irradiando para mmii, há 2hs, negava febre, trauma ou demais queixas. OM em fêmur E aos 3 anos com necessidade de tratamento cirúrgico. Hb 10,6; GB 1540 (8624N; 5852L) e PCR 95,99. No 2°DI apresentou um pico febril, e iniciado tratamento para STA com CTX. Queixa álgica em úmero direito (D), ombro E, quadril e fêmur bilateral, com restrição de mobilidade. Feita a hipótese de OM, e introduzido oxacilina (OX). RM: OM de cabeça de fêmur E e fratura de vértebra L4. Manteve picos febris por 5 dias. No 6oDI apresentou melhora do quadro álgico. Permaneceu internada por 22 dias, recebendo CTX e OX. Nenhum agente foi isolado em culturas. Alta Hb 11,3; GB 6910(2419N; 4077L) PCR 4,29, com CPX, VO, por 76 dias. Caso 3 Menina, 17 anos, HbSS, em uso de HU (desde 2011; dose 22,5 mg/kg/dia). Procurou PS com queixa de dor intensa em miE, esterno e coluna torácica, há 3 hs. Hb 7,8; GB 14118 (8471N; 3106L) e PCR 324,32. No 2oDI evoluiu com dor em articulação de quadril e coxa D e analgesia de difícil controle com morfina, associada terapia múltipla com baclofeno, gabapentina e dipirona. No 4°DI evoluiu com STA introduzido CTX e azitromicina. Hb 7,3 (pós transfusão);GB 14659 (1M; 1M;1B; 67N; 25 L). Devido à persistência de febre, no 6°DI foi escalonada para cefepime. Hb 7,8;GB 9393(1M; 1M;3 B; 6951N; 1691 L). Persistiu com febre e dor intensa em quadril e coxa D, com limitação da deambulação, no 10°DI, aventada hipótese de OM e osteonecrose de quadril e coxa D, confirmada por RM e iniciado vancomicina. Alta no 21°DI com CPX, VO, por 133 dias e após completar cefepime e vancomicina. Nenhum agente foi  isolado em culturas. Hb 9,3; GB 2520(1273 N; 1081L) PCR 10,85. Após 19 semanas necessitou de nova internação por crise vaso-oclusiva. RM: sinais de infarto ósseo.

Conclusão

Pacientes com DF apresentam risco aumentado para osteomielite. O diagnóstico diferencial entre infarto ósseo relacionado a crise vaso-oclusiva é um desafio, pois a apresentação clínica inicial é semelhante. Deve-se suspeitar de osteomielite em pacientes com DF que apresentem crise vaso-oclusiva em apenas um sítio, com febre prolongada e um aumento de provas inflamatórias. A antibioticoterapia precoce dirigida aos agentes mais frequentes pode evitar complicações e permite um melhor prognóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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