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Vol. 42. Issue S2.
Pages 216-217 (November 2020)
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DERRAME PLEURAL TRANSUDATIVO COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LINFOMA FOLICULAR: RELATO DE CASO
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L.A.M. Mangieri, L.P. Novaes, L.H. Assis, A.L.B. Cunha, C.A.G.G. Moura, C.G.G. Moura
Hospital Santo Antônio (HSA), Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Salvador, BA, Brasil
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Introdução: Derrames cavitários compõem o espectro de manifestações clínicas no curso de neoplasias linfoproliferativas, sendo o derrame pleural comumente associado à apresentação típica da doença avançada, com marcante linfonodomegalias e/ou citopenias, e características exsudativas na quase totalidade dos casos. Neste relato de caso descrevemos a apresentação inicial atípica de um paciente diagnosticado com Linfoma Folicular com acometimento extranodal de serosas, contribuindo com o meio científico para a compreensão dos aspectos clínicos e obtenção de diagnóstico precoce. Relato: Paciente do sexo masculino, 76 anos, previamente hígido, com perda ponderal não mensurada há nove meses, associada a tosse seca, astenia, hiporexia e sudorese noturna. Negou febre, dispneia, dor torácica ou outras queixas. Em outro serviço foi identificado derrame pleural à direita, com estudo bioquímico evidenciando transudato (Proteína total de 2,8 mg/dL); com Adenosina Deaminase (ADA) 36 U/L e anatomopatológico obtido por biopsia pleural por agulha revelando “hiperplasia reativa de células mesoteliais e imunohistoquimica inconclusiva para malignidade”. Após tratamento empírico para tuberculose pleural, evoluiu com persistência dos sintomas e aumento do volume abdominal, motivo pelo qual foi internado no nosso hospital para investigação diagnóstica. Ao exame físico, estava emagrecido, com linfonodos palpáveis em cadeias cervicais e axilares menores que 0,5cm; evidente derrame pleural à direita e aumento de volume abdominal, compatível com ascite e discreta esplenomegalia. Novo estudo bioquímico do líquido pleural confirmando transudato e presença marcante de linfócitos (710 células/mm3, 91% linfócitos); Ziehl e cultura para micobactérias negativos. O estudo do líquido ascítico mostrou gradiente de albumina soro-ascite (GASA) > 1.1, com marcante linfocitose (2260 células/mm3, 98% linfócitos). Tomografias de tórax e abdome mostravam densificação dos planos mesentéricos e do grande omento, bexiga com parede difusamente espessada, nodularidades e hidroureteronefrose bilateral sem fator obstrutivo. Ademais, foram vistos: discreta plaquetopenia (140.000/mm3), hipogamaglobulinemia (1.9 g/dL), hipoalbuminemia (2,7 g/dL) e Eletroforese/imunofixação de proteínas séricas com “padrão oligoclonal IgG Kappa e lambda, com proeminência de proteína Monoclonal 0.25 g/dL”. As sorologias para HIV, Hepatites B e C, HTLV, sífilis, Esptein Barr e Citomegalovírus foram negativas para infecção ativa. Biópsia de medula óssea evidenciou celularidade de 40% e infiltrado linfocitário atípico. À análise imunohistoquímica, linfócitos atípicos positivos para CD20, PAX-5, CD10, Bcl-2, com Ki-67 de 5%, compatível com neoplasia de Linfócito B maduro/Linfoma Folicular. Punção de líquido pleural para estudo imunofenotípico identificou células de linhagem B maduras e clonais, com positividade para os marcadores CD45, CD19, CD20, CD22 e lambda, corroborando com o diagnóstico de uma linfoproliferação B crônica. Discussão/Conclusão: Dentre os linfomas de Células B, o Linfoma Folicular constitui o segundo mais comum quanto ao envolvimento pleural, cerca de 20% dos casos, precedido apenas pelo Linfoma Difuso de Grandes Células B. O acometimento extranodal de serosas nas Neoplasias Linfoproliferativas crônicas compõe o espectro das manifestações clínicas nas formas avançadas e, apesar de raro, também deve ser reconhecido como parte da apresentação inicial da doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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