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Vol. 44. Issue S2.
Pages S195 (October 2022)
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DECISÃO TERAPÊUTICA NO PACIENTE COM LEUCEMIA AGUDA E APENDICITE: RELATOS DE CONDUTAS DISTINTAS
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A Justino, LL Perruso, FM Marques, KP Melillo, LLM Perobelli, LLM Perobelli
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - Hospital Brigadeiro, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

Pacientes com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) podem apresentar intercorrências clínicas e cirúrgicas. A neutropenia febril (NF) ocorre em 80% desses pacientes. Foco infeccioso abdominal geralmente é atribuído à tiflite. E o diagnóstico de apendicite aguda raramente é descrito.

Caso

Paciente 1, masculino, 73 anos, diagnóstico de LMA em abril de 2022, cariótipo 46,XY [20], imunofenotipagem LMA secundária a SMD. Biologia molecular NPM1, FLT3, CEBPA, C-kit, CBFB inv16, AML1-ETO t(8;21) e BCR-ABL (p190 e p210) negativos. O paciente 2, masculino, 39 anos, diagnóstico de LMA em maio de 2022, cariótipo 46,XY [20], imunofenotipagem LMA com componente monocítico. Biologia molecular NPM1 positivo, e FLT3, CEBPA, C-kit, CBFB inv16, AML1-ETO t(8;21) e BCR-ABL (p190 e p210) negativos. Os pacientes foram submetidos a indução com daunorrubicina e citarabina. Ambos apresentaram NF, de foco abdominal por apendicite aguda fase 1. Paciente 1 foi abordado pela cirurgia, com apendicectomia sem intercorrências. No POI mantido antibioticoterapia (cefepime e metronidazol). Paciente 2, foi optado por conduta conservadora, com antibioticoterapia (piperacilina-tazobactam). Paciente 1, evoluiu no 11ºdia de PO com infecção de corrente sanguínea por Enterococcus Faecalis, sugerindo translocação bacteriana abdominal. Realizado ampicilina por 10 dias. Após 37 dias de internação, o paciente foi de alta hospitalar. Paciente 2 evoluiu bem, com nova TC de abdome evidenciando apêndice de aspecto habitual e ausência de líquido na cavidade, tendo alta hospitalar após 32 dias de internação.

Discussão

O quadro clínico clássico, e as características radiológicas compatíveis, nem sempre estão presentes nos pacientes com NF. E, o manejo desta complicação é discutível, e o momento da intervenção cirúrgica permanece controverso na literatura. A conduta conservador, suporte e antibioticoterapia, evita riscos associados às complicações PO. Entretanto, um período maior é necessário para a recuperação, e as chances de piora clínica, perfuração e recorrência são maiores. Já a abordagem cirúrgica depende do estado clínico do paciente e da fase da apendicite. Pois, a cirurgia abdominal pode resultar em morbidade ou mortalidade significativa. Estudos randomizados comparando antibioticoterapia versus abordagem cirúrgica, os antibióticos não foram inferiores à apendicectomia. Entretanto, no grupo de antibióticos, quase 3 em cada 10 participantes foram submetidos a apendicectomia em 90 dias.

Conclusão

Apendicite aguda em pacientes com NF geralmente se apresenta de forma atípica. A decisão de operar esses pacientes na pancitopenia grave é um desafio. E a intervenção cirúrgica pode estar associada a complicações a longo prazo, infecciosas e diminuição da sobrevida.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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