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Vol. 42. Issue S2.
Pages 528 (November 2020)
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COVID-19: RISCOS DA AUTO-HEMOTERAPIA
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D.S. Amorima, F.L.O. Limab, E.A.S. Costaa
a Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil
b Faculdade Nobre de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil
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Introdução: Consta-se na escassa literatura existente que a auto-hemoterapia foi introduzida em 1910 por Ravaut, como tentativa terapêutica, desde então, tem sido utilizada como método de tratamento de diversos problemas de saúde, tanto em humanos quanto em animais. Apoia-se na comparação do procedimento à aplicação de uma vacina autógena, estimulando a resposta imune do organismo diante de uma série de problemas, infecciosos ou não, cuja explicação se baseia no raciocínio do foco de infecção. A auto-hemoterapia se dá, a partir da retirada de uma determinada alíquota sanguínea do paciente, com o intuito de injetar a amostra no organismo do mesmo paciente o qual foi coletado. Para os casos de COVID-19, o mesmo tem sido feito, na perspectiva de aumentar a imunidade ou corroborar para a cura, porém a prática não é reconhecida como procedimento terapêutico pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), isso porque faltam evidências científicas que comprovem, por meio de estudos clínicos, sua eficácia e segurança. Tampouco existem informações a respeito de posologia, mecanismos de ação, interações, reações adversas. Objetivo: Analisar criticamente o uso da técnica de auto-hemoterapia, como terapêutica para o COVID-19, evidenciando assim, seus agravos e riscos à saúde. Material e métodos: Foi realizada uma revisão da literatura do tipo descritiva, mediante utilização de informações publicadas no ano de 2020, nas plataformas digitais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Resultados e discussão: A atual situação de emergência na saúde pública e a limitação de informações acerca de fármacos e prognóstico para a COVID-19, tem levado pacientes a recorrer a alternativas terapêuticas sem comprovação científica para o tratamento da COVID-19, como a auto-hemoterapia. A mesma, é uma prática não reconhecida pelas autoridades da área da saúde, pois além dos riscos de contaminação das pessoas envolvidas e da transmissão de doenças infecciosas devido à manipulação inadequada do sangue, a prática pode piorar o quadro de saúde do paciente, deixando-o ainda mais vulnerável, uma vez que essa promessa de cura estimula o abandono de tratamentos convencionais ou impossibilita o acesso a recursos terapêuticos mais eficazes. Tudo isso ainda é agravado pela falta de conhecimento sobre o comportamento do SARS-CoV-2 e sua transmissibilidade pelo sangue. Conclusão: Conclui-se que a auto-hemoterapia é uma prática com ausência de confiabilidade, sendo adotada por leigos e desaconselhada por não apresentar nenhum benefício comprovado, além de expor os envolvidos a inúmeros riscos à saúde.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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