Identificar o conhecimento de enfermeiros acerca dos cuidados durante o processo de hemotransfusão.

Realizado um estudo de revisão integrativa da literatura.

Após a leitura dos títulos e resumos simultaneamente, foram excluídas 121 publicações. Sendo assim, 28 artigos foram lidos na íntegra. A amostra final foi composta por (09) nove artigos e quanto ao ano de publicação, (03) três estudos foram publicados em 2016, (01) um estudo em 2017, (02) dois estudos em 2018, (01) um estudo em 2019 e (02) dois estudos em 2021. Em relação à abordagem dos artigos encontrados, verifica-se que a maior parte utilizou o estudo descritivo quantitativo (06), enquanto os demais foram o descritivo qualitativo (03). A atuação da enfermagem na área de hemoterapia é um tema relativamente novo, que foi regulamentada pela LEI n°10.205, de 2/03/2001.

A terapia transfusional é um processo complexo que se inicia com a triagem do doador de sangue e sua elegibilidade para doação, passando por exames laboratoriais para assegurar a qualidade do produto, armazenamento, testes de compatibilidade com o receptor, transporte, chegando finalmente ao receptor com checagem beira leito e técnica asséptica e segura de transfusão, todo esse ciclo do sangue depende de vários profissionais. Complicações relacionadas às transfusões podem ocorrer e algumas delas causam sérios danos aos pacientes, incluindo o óbito. Vários fatores podem contribuir para aumentar as chances de complicações relacionadas à transfusão, como o tipo de componente a ser transfundido, as características e condições clínicas do paciente, o uso de equipamentos inadequados, soluções intravenosas incompatíveis, procedimentos inadequados e erros ou omissões pela equipe de saúde responsável. Embora algumas reações sejam inevitáveis, a maioria das reações transfusionais é atribuída a erro humano. Para garantir a segurança, cada profissional conta não apenas com seus próprios conhecimentos e habilidades, mas também com os conhecimentos e habilidades de toda a equipe e a eficiência do sistema. A atuação competente do enfermeiro é requisito essencial na hemotransfusão, para prevenir possíveis complicações e reações, assim como sua conduta frente a uma reação transfusional, sendo estes diferenciais no podem interferir quanto ao desfecho de uma transfusão. Nos estudos analisados nesta revisão, verificou-se um alto percentual de profissionais de enfermagem que nunca receberam treinamento sobre o processo transfusional, demonstrando a necessidade de implantação de um programa de educação permanente na instituição. Pesquisa realizada para avaliar o conhecimento sobre hemoterapia e segurança transfusional dos profissionais de enfermagem mostrou que a maioria dos profissionais (58,8%) se sentia pouco ou totalmente desinformada sobre o assunto.

Verificou-se que apesar dos enfermeiros terem segurança nas etapas da hemotransfusão, os estudos analisados demonstraram incipiência do conhecimento do profissional nas práticas transfusionais, estando relacionado especialmente à baixa experiência profissional e qualificação inadequada. Os resultados do estudo mostraram que o conhecimento moderado dos enfermeiros pode aumentar a provável incidência de riscos relacionados à transfusão sanguínea e reduzir a qualidade da assistência à saúde, já que o enfermeiro é uma importante barreira na segurança do paciente frente ao evento adverso.