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Vol. 44. Issue S2.
Pages S428-S429 (October 2022)
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COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS PÓS TRANSFUSÕES DE PLAQUETAS ISOGRUPO VERSUS NÃO ISOGRUPO
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MCO Paula, BB Teixeira
Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), Florianópolis, SC, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

As plaquetas estão implicadas em diversos processos no organismo humano, sendo sua principal função relacionada à hemostasia. Diante da oferta limitada pelo armazenamento por curto período muitas vezes é necessário realizar transfusões com tipagens discordantes com a do receptor (não isogrupo). As transfusões de plaquetas não isogrupo podem estar associadas com a ocorrência de reações transfusionais. Este estudo teve como objetivo comparar a ocorrência de reações quando se utilizam produtos plaquetários isogrupo x não isogrupo.

Materiais e métodos

Estudo restrospetivo baseado em dados registrados de 43930 transfusões de plaquetas realizadas entre janeiro de 2011 e janeiro de 2021 da Hemorrede do Hemosc Florianópolis incluindo tipagem dos hemocomponentes, tipagem dos receptores, processamento, presença de hemolisinas e reações transfusionais.

Resultados

A prevalência geral de reações transfusionais foi de 1,20%. Estatisticamente não se mostrou associação significativa no nível p<0,05 entre as variáveis analisadas, a saber: reações transfusionais em pacientes pós transfusões de plaquetas isogrupo ABO e pacientes não isogrupo ABO (p = 0,204). O que também foi evidenciado quanto à ocorrência de reações transfusionais com a presença de Hemolisinas A (p = 0,074), assim como Hemolisinas B (p = 0,614) e com a presença concomitante de hemolisinas A e B em concentrados de plaquetas obtidas por aférese (p = 0,522). Também não se mostrou associação com as reações transfusionais entre a presença de hemolisinas A para receptores B ou AB, ou presença de hemolisina B em pacientes A ou AB (p = 0,636).

Discussão

Este estudo baseou-se em 43847 transfusões de plaquetas realizadas nos últimos 10 anos, sendo o maior estudo encontrado na literatura revisada visando avaliar se as transfusões de plaquetas não isogrupo ABO realmente contribuem para o aumento de reações transfusionais. Diante dos dados obtidos no mesmo, não se observou associação entre as transfusões não isogrupo ABO e a ocorrência de reações. Apesar de uma a frequência de transfusões não isogrupo de 25,8% estar um pouco acima do registrado em outros centros, uma prevalência de reações transfusionais pós transfusão de plaquetas de 1,20% foi observada neste trabalho, que está muito próxima das taxas de reação relatadas usualmente. Além disso, o tipo de reação transfusional mais frequente foram as reações alérgicas, o que também é compatível com a literatura. Os vieses do estudo podem estar relacionados principalmente à subnotificação. Os dados deste e de outros estudos sugerem que estudo clínico controlado com pacientes randomizados para o recebimento de plaquetas poderiam ser necessários, porém sua realização poderia ser complicada por questões éticas ou dificultados pela impossibilidade de cegar paciente e observador.

Conclusão

A pequena taxa de reações transfusionais nos alerta sobre a subnotificação dessas intercorrências. Portanto, mesmo que o trabalho não tenha evidenciado associação entre as transfusões de plaquetas não isogrupo e a ocorrência de reações, é fundamental que preferencialmente os hemocomponentes plaquetários isogrupo sejam utilizados sempre que possível e as transfusões se restrinjam para situações com indicação bem estabelecida.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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