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Vol. 44. Issue S2.
Pages S635-S636 (October 2022)
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Pages S635-S636 (October 2022)
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COMBINAÇÃO BEM SUCEDIDA DE AZACITIDINA E VENETOCLAX: MUDANDO PARADIGMAS NO TRATAMENTO DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA E SÍNDROME MIELODISPLÁSICA
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SEV Camposa, BA Duarteb, IR Cavalcanteb, GMV Barretob, FB Duartea
a Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC/UFC), Fortaleza, CE, Brasil
b Centro Universitario Christus (Unichristus), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

O Venetoclax tem como alvo a proteína BCL-2. Aprovado para LLC, mostrou eficácia também LMA em combinação com agentes hipometilantes como a Azacitidina. No último ano, tivemos experiências bem-sucedidas com a utilização desta associação. Selecionamos 4 casos representativos de LMA e SMD para relatar nossa experiência com este protocolo e desfechos obtidos.

Material e Métodos

As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário.

Resultados

Caso 1 ‒ E.Q.O., 42 anos, sexo feminino, diagnosticada em janeiro de 2019 com LMA, evoluiu com 3 recidivas, quando foi optado pela associação de Azacitidina e Venetoclax. Realizou ciclos com boa evolução. Caso 2 - F.G.S., 72 anos, sexo feminino, histórico de Linfoma Folicular EIIA em 2003. Em janeiro de 2021 recebeu diagnóstico de LMA. Houve associação de Azacitidina e Venetoclax como tratamento. Foram realizados 2 ciclos sem intercorrências. Entretanto, antes do terceiro ciclo, a paciente relatou síndrome gripal, com diagnóstico de COVID-19 e evoluiu a óbito. Caso 3 ‒ J.W.L.L., 37 anos, sexo masculino, em agosto de 2020 foi diagnosticado com SMD. Evolui com remissão e melhora significativa das citopenias de base. Foi submetido a TCTH não aparentado com sucesso em julho de 2021, com enxertia no D+16 e internação sem intercorrências. Caso 4 ‒ Paciente de 72 anos, sexo masculino, com diagnóstico de SMD com excesso de blastos. Iniciou protocolo com Azacitidina associado a Venetoclax, persistia com elevada necessidade transfusional. Houve redução das dosagens no segundo ciclo. O paciente evoluiu com melhor tolerabilidade, mantendo padrão transfusional. Manteve dose de Azacitidina e ajustada novamente dose de Venetoclax. Após o quarto e quinto ciclos, paciente retornou com melhora significativa de índices hematimétricos O mielograma estava normal, bem como a imunofenotipagem e o cariótipo.

Discussão

Apresentamos aqui 4 casos distintos de indicação bem-sucedida da associação entre Azacitidina e Venetoclax. A dose padrão utilizada foi de 75 mg/m2/dia de Azacitidina, do D1 ao D7 e 100 mg/dia de Venetoclax, com escalonamento progressivo até atingir 400 mg/dia, do D1 ao D28. O caso 1 descreve paciente com doença refratária. Na literatura, esse perfil de pacientes tem benefício importante com essa combinação. Em nossa prática clínica, o ajuste de dose ou duração do Venetoclax e/ou espaçamento entre os ciclos tem se mostrado uma alternativa viável para minimizar os impactos da neutropenia. O caso 2 refere-se a paciente idosa, com mutação do NPM1, sem status performance para quimioterapia intensiva, em primeira linha de tratamento. O impacto favorável da mutação NPM1 tende a reduzir em pacientes idosos (>65 anos). Nos casos 3 e 4 relatamos pacientes com SMD. Os bons resultados de Azacitidina e Venetoclax em LMA levaram os pesquisadores a avaliar a combinação em pacientes com SMD de alto risco.

Conclusão

A escolha do tratamento depende em grande parte da idade do paciente, status performance, remissão, características genéticas e moleculares.A quimioterapia de baixa intensidade, em especial a associação de Azacitidina com Venetoclax é uma opção viável, mesmo em pacientes com recidiva múltipla/doença refratária ou naqueles com baixo status performance. Também aparenta ser promissora nos casos de SMD de alto risco. Os efeitos adversos mais frequentes dizem respeito às infecções decorrentes da neutropenia prolongada, mas nos 4 casos relatados, os pacientes evoluíram com estabilidade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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