O laser de baixa potência (LBP) tem sido utilizado para diversas modalidades e sua aplicabilidade na Odontologia tem mostrado resultados positivos, principalmente na bioestimulação em cicatrização de feridas. O tratamento através da fotobioestimulação não é invasivo, apresenta baixo custo e possibilita a regeneração tecidual sem necessitar de um procedimento cirúrgico. A língua é um órgão muito vascularizado e se encontra dentro de um meio com uma grande variedade de microbiota, o que pode gerar uma dificuldade de reparo, principalmente, em um paciente sistemicamente comprometido com Leucemia Mielóide Aguda (LMA).

Esse trabalho tem como objetivo relatar a cicatrização, através da terapia com LBP, em uma laceração em borda lateral de língua, que surgiu após uma crise convulsiva em um paciente com LMA, internado em um hospital de referência para doenças Oncohematológicas, no Estado do Rio de Janeiro.

O aparelho utilizado neste relato de caso é o Laser Duo MMO, com luz vermelha de 660nm e com luz Infravermelha de 808nm, área do feixe do laser de saída, no bico da caneta, com 3mm²e emissão de luz semicondutor GaA1As e InGaAIP.

Paciente RPC, sexo masculino, 27 anos, diagnosticado com LMA, apresentou quadro de crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, secundária a não adesão ao tratamento. A convulsão teve como um dos danos colaterais uma ferida em língua por mordedura, durante a crise. A internação do paciente no HEMORIO se deu no dia 20 de junho de 2022 e no dia 27 de junho de 2022 foi solicitada avaliação odontológica em leito. Ao exame físico oral, realizado pela equipe de odontologia, observou-se laceração em borda lateral direita da língua, com edema, que segundo o paciente, apresentava dor e foi observado que a ferida se encontrava com suas bordas elevadas e com indício de início de cicatrização por segunda intenção. Primeiramente, pensou-se em desbridar a ferida sob anestesia local e realizar sutura da área, porém, por se tratar de um paciente com LMA, optou-se por uma abordagem conservadora, tanto para alívio da dor, quanto para a cicatrização da área, aplicando o LBP, por 7 dias, com intensidade de luz vermelha em 4 pontos.

A partir do 4°dia de aplicação foi observado cicatrização da região, sem que houvesse necessidade de intervenção cirúrgica e no 6°dia de terapia foi observada a cicatrização total da região.

Portanto, pode-se concluir que no caso exposto, o uso da terapia com LBP apresentou eficácia na cicatrização no tratamento da ferida do paciente com LMA.