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Vol. 44. Issue S2.
Pages S247-S248 (October 2022)
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Pages S247-S248 (October 2022)
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CASO RARO DE PLASMOCITOMA DE BEXIGA PRIMÁRIO SOLITÁRIO
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ALM Santos, I Zancanaro, L Ceron, ES Machado
Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Joaçaba, SC, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Relatar um caso raro de plasmocitoma de bexiga no Hospital Universitário Santa Terezinha, na Hematologia. A raridade da doença, a dificuldade do diagnóstico e os aspectos polêmicos em torno do tratamento do plasmocitoma justificam a elaboração do artigo.

Material e métodos

O relato é descritivo, qualitativo e observacional sobre um paciente diagnosticado com plasmocitoma de bexiga no Hospital Universitário Santa Terezinha. Os dados foram obtidos através de entrevistas e do prontuário. A análise foi embasada em artigos científicos virtuais.

Resultados

V.P.P, 50 anos, masculino, histórico prévio de tumor renal de células claras bilateral. Em 2020, iniciou com cólicas em hipogástrio, tenesmo vesical e hematúria macroscópica. Em ressecção transuretral de bexiga, uma lesão vegetante de 3 centímetros na parede posterior da bexiga foi encaminhada para análise. A citologia apresentou infiltrado denso e difuso de células plasmocitóides atípicas, e o estudo imunoistoquímico, monoclonalidade para cadeia leve de imunoglobulina LAMBDA, ambos sugestivos de plasmocitoma ou mieloma múltiplo. A eletroforese de proteínas séricas não detectou bandas monoclonais, a imunofenotipagem e a histologia da medula óssea não demonstraram alterações compatíveis com plasmocitoma ou mieloma múltiplo. Exames laboratoriais e sorologias sem anormalidades, tomografias sem lesões líticas ou suspeitas. O diagnóstico de plasmocitoma primário isolado de bexiga foi confirmado. O paciente foi encaminhado para realização de Radioterapia Conformacional (3DCRT) local com margens (1.8/45 Gy) por 5 semanas.

Discussão

Os plasmocitomas solitários representam 3% dos tumores de células plasmáticas, são mais comuns no sexo masculino entre 55 a 60 anos (CARDOSO, SECIOSO, MOREIRA, 2010). O plasmocitoma de bexiga pode progredir para mieloma múltiplo (CORMIO et al., 2017) com uma probabilidade em 5 anos de 51% (PHAM, MAHINDRA, 2019). Os sítios mais prevalentes são: ossos, cabeça e pescoço, sistema nervoso central, tireóide, paratireóide e bexiga (CARDOSO, SECIOSO, MOREIRA, 2010). O diagnóstico de plasmocitoma isolado de bexiga requer infiltração de células plasmocitárias em biópsia local, ausência de doença clonal em aspirado e biópsia de medula óssea, e em outros focos confirmados por imagem completa da coluna vertebral e da pelve para descartar mieloma múltiplo (CARDOSO, SECIOSO, MOREIRA, 2010). A imunohistoquímica confirma a presença de proteínas monoclonais, como a proteína-M de cadeia leve do tipo lambda e restrição de cadeia leve clonal kappa. A positividade para CD138, uma proteína sensível e relativamente específica para células plasmáticas (MOKHTAR, YAZDI, MAI, 2006), distingue do carcinoma urotelial plasmocitoide, diagnóstico diferencial do plasmocitoma de bexiga. O tratamento é baseado na radioterapia apresentando controle local em 80–90% dos casos, com doses da radiação acima de 40 Gy (PHAM, MAHINDRA, 2019). A ressecção cirúrgica é reservada quando há perda de integridade estrutural ou necessidade de descompressão nervosa.

Conclusão

O caso relatado evidencia a clínica do plasmocitoma solitário de bexiga, o qual possui tratamento padrão-ouro a radioterapia. O desafio é estabelecer um diagnóstico precoce dentre as diversas afecções de bexiga, objetivando o controle da evolução da doença e o aumento da sobrevida do paciente, pois o atraso do diagnóstico aumenta o risco de evolução para mieloma múltiplo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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