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Vol. 42. Issue S2.
Pages 203-204 (November 2020)
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BRENTUXIMABE EM MONOTERAPIA PARA PACIENTE IDOSO COM LINFOMA DE HODGKIN RECIDIVADO: RELATO DE CASO
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B.C. Boeira, G. Cattani, F.M. Aguiar, E.W. Silva, A.D. Ferrazza, B.D. Baldissera, G.L. Dendena, M.S. Machado, V.P.D. Badzinski, G.R. Bosi
Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, Brasil
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Introdução: O Brentuximabe Vedoitina (BV) é um conjugado anticorpo-fármaco direcionado ao CD30. É utilizado em pacientes adultos com Linfoma de Hodgkin (LH) estadio IV associado a AVD ou recidivado/refratário após Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) autólogo ou após duas linhas de tratamento (quando o TCTH não for uma opção). Objetivo: Descrever o caso de um paciente frail apresentando recidiva tardia de LH e em tratamento com BV em monoterapia. Relato de caso: Paciente masculino, 71 anos, diabético, ex-etilista, tabagista pesado, portador de DPOC e insuficiência cardíaca, com histórico de LH celularidade mista diagnosticado há 7 anos. Na época, foi tratado com quimioterapia conforme protocolo ABVD por 5 ciclos, com resposta completa e tratamento suspenso devido à toxicidade cardíaca e pulmonar. Possui histórico de adenocarcinoma de pulmão tratado há 6 anos com lobectomia e quimioterapia. Iniciou com linfadenomegalias cervicais e inguinais associadas à suderose noturna e perda de 12 kg em 3 meses. À avaliação clínica, apresentou performance status 3. Realizou PET CT, que evidenciou linfadenomegalias hipermetabólicas em região axilar, cervical, inguinal e abdominal. Foi submetido à biópsia de linfonodo cervical (que não identificou achados de malignidade) e então à biópsia de linfonodo inguinal direito, que confirmou recidiva tardia de LH celularidade mista CD30 positivo, estágio IIIB. Iniciou tratamento quimioterápico com AVD com ajuste de dose, sendo contraindicado o uso de Bleomicina pelo histórico pulmonar. Após o primeiro ciclo de quimioterapia, no entanto, o paciente evoluiu com piora clínica importante. Como alternativa, foi iniciado BV em monoterapia a cada 3 semanas. Paciente já realizou 8 dos 16 ciclos de BV planejados, apresentando resposta completa após o terceiro ciclo, com melhora clínica significativa, ganho ponderal e sem intercorrências no período. Discussão: A maioria dos pacientes com LH entra em remissão após o tratamento inicial e alcança o controle completo da doença. Porém, até cerca de 30% dos pacientes com doença avançada podem sofrer recidivas. O objetivo do tratamento do LH recidivado deve ser o controle da doença a longo prazo, limitando a toxicidade e as complicações da terapia. Para pacientes não elegíveis ao TCTH, o tratamento pode envolver quimioterapia de agente único ou combinada. Embora ainda experimental, o uso de BV em monoterapia parece ser opção razoável no tratamento de idosos com LH recidivado ou refratário. A taxa de resposta objetiva é de 52,9% e a sobrevida global é de 21,7 meses. Em geral, o BV apresenta bom perfil de tolerância, e ainda que existam eventos adversos, esses costumam ser manejáveis. No caso relatado, o paciente não possuía indicação de bula para o BV, mas foi optado por esse tratamento em razão da toxicidade à quimioterapia e pelo perfil de eficácia e segurança do BV. Conclusão: Até o momento, não existe um tratamento padrão definido para pacientes idosos com LH refratário ou recidivado. O caso relatado demonstra resposta completa ao uso de BV em monoterapia, associado a boa tolerância.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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