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Vol. 44. Issue S2.
Pages S608-S609 (October 2022)
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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS EM CONCENTRADOS DE PLAQUETAS RANDÔMICAS CONTAMINADOS COM HEMÁCIAS
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RP Lorentza,b, PG Schimitesb,c, SC Corrêaa,b, CA Birrera,b, MG Santosa,b, LC Souzaa,b, MW Blattesb
a Universidade Franciscana (UFN), Santa Maria, RS, Brasil
b Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), Santa Maria, RS, Brasil
c Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Avaliar a qualidade de concentrados de plaquetas (CP) randômicas contaminados por hemácias (CPRCH) através da análise de parâmetros bioquímicos.

Material e Métodos

As amostras foram obtidas de CPs contaminados, ou não, e foram coletadas no dia do processamento (D0) e do descarte (D5). Foram divididas em 4 grupos: Controle (Ctrl), baixa contaminação (BC) de 4,0 × 105 a 7,0 × 105hemácias/mL, média contaminação (MC) de 7,0 × 105 a 1,2 × 106 hemácias/mL e alta contaminação (AC) acima de 1,2 × 106 hemácias/mL. As alíquotas de CP foram centrifugadas para o isolamento do Plasma Pobre (PP) do pellet de plaquetas. Após a separação os PP foram congelados e reunidos para os ensaios. Para a dosagem de glicose e atividade da fosfatase alcalina (FAL) as amostras foram analisadas através de kits Labtest e analisador bioquímico Bio-Plus. A dosagem de potássio (K+) foi realizada em analisador de eletrólitos AVL. A determinação do pH das amostras se deu pela utilização de potenciômetro digital. A análise estatística foi realizada no software Graph Pad®Prism 5, para a qual se utilizou análise de variância com ANOVA de uma via seguida por pós teste de Dunnett.

Resultados

A análise de glicose se deu através da diferença da concentração do analito entre D5 e D0 para os grupos. O consumo de glicose foi significativo para BC (113 mg/dL; P < 0,01), MC e AC (respectivamente 160 e 180 mg/dL; < 0,001), quando comparados com o grupo controle (57 mg/dL). Em relação aos valores de pH, não foi observada altercação significativa quando se comparou as amostras e o Ctrl D5 com o Ctrl D0. Além disso, o teste de atividade da FAL não apresentou diferença significativa para os grupos de amostras quando comparados com o Ctrl D0. A quantificação de K+ também não demonstrou diferença quando comparados o Ctrl e as amostras em D0 e D5.

Discussão

Observou-se que mesmo em CPs contaminados com hemácias (com possibilidade de ocorrência de hemólise) a quantificação de K+ e a atividade da FAL não sofreram alterações significativas em comparação com os controles. Os valores de pH obtidos para as amostras dos diferentes grupos também não indicaram variação significativa para este parâmetro, tendo todos os valores sido próximos ao preconizado para CP (pH ≥ 6,4). Todavia, em relação ao consumo de glicose, houve diferença entre o grupo controle e as amostras contaminadas, sendo que o consumo de glicose aumentou de acordo com o grau de contaminação por hemácias no CP. O consumo elevado da glicose nos CPs contaminados é devido ao fato de que o hemocomponente deve ser mantido à temperatura ambiente, sendo o metabolismo da hemácia responsável pela maior depleção da glicose em comparação ao controle.

Conclusão

A ausência de alteração no pH, nos níveis de K+ e na atividade da FAL indicam que, mesmo que tenha ocorrido hemólise nesses CPs, esses parâmetros não prejudicaram a qualidade do hemocomponente. O consumo elevado da glicose nos CPs contaminados era uma alteração esperada, e mesmo que não ocorresse, a contaminação por hemácias sofrida pelos CPs dos grupos BC, MC e AC já inviabiliza o uso destes para transfusão, especialmente pelo elevado risco de aloimunização a antígenos eritrocitários.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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