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Vol. 44. Issue S2.
Pages S639-S640 (October 2022)
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AUTOPERCEPÇÃO SOBRE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ESSENCIAIS À PRÁTICA MÉDICA PARA UMA COORTE DE HEMATOGISTAS NO ESTADO DE SÃO PAULO ‒ BRASIL
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ACN Barbosaa,b, BKL Duartea,c, EV Paulaa,c
a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campinas, PB, Brasil
c Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp (Hemocentro da UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Conhecer a autopercepção de uma coorte de 35 anos de um programa de residência em Hematologia no Brasil sobre a importância de competências, habilidades específicas e estratégias usadas na aprendizagem continuada para sua prática médica atual.

Material e Métodos

Estudo transversal com egressos de uma residência de Hematologia em São Paulo. Coleta de dados feita a partir de questionário oferecido a 98 egressos que completaram a residência entre 1985 e 2020. Formulamos uma lista de competências e habilidades e uma lista com modalidades de educação continuada, englobando a proposta do Conselho de Acreditação para Competências de Pós-graduação em Educação Médica (ACGME) nos EUA, para que os egressos pudessem graduar o nível de importância. Usamos o SPSS 20.0 para análise.

Resultados

Aproximadamente 88% dos 98 convidados a participar da pesquisa responderam ao questionário, dos quais 90% atuavam como hematologistas após um acompanhamento médio de 11 anos (IQR 4‒18) desde a conclusão da residência. A área de atuação mais referida foi a hematologia maligna seguida da hemoterapia. As habilidades relacionadas às estratégias para manutenção da educação continuada após a residência, à comunicação e ao profissionalismo foram classificadas como muito importantes ou essenciais por mais de 90% dos egressos. De forma oposta, habilidades nos procedimentos invasivos foram mais frequentemente referidas como de pouca ou sem importância. Já as competências direcionadas à compreensão dos sistemas de saúde foram constantemente mencionadas como neutras. Quanto às estratégias de educação continuada, artigos publicados e congressos foram as principais opções citadas como modalidades importantes para atualização, enquanto livros-texto e eventos educativos promovidos pela indústria farmacêutica foram considerados de pouca importância.

Discussão

Desde 1999, com a organização da educação médica em “frameworks ”conceituais pelo ACGME, as habilidades voltadas à aprendizagem continuada, ao melhoramento da compreensão e gestão dos sistemas de saúde e ao profissionalismo, além das habilidades de comunicação foram listadas como competências essenciais. Em consonância com tal pensamento, os participantes consideraram as habilidades ligadas à educação continuada, à comunicação e ao profissionalismo como muito importantes para a carreira. Todavia, o entendimento de tais bases conceituais continua limitado fora do ambiente acadêmico. Ainda observamos que a despeito do aumento de eventos promovidos pela indústria farmacêutica, os egressos apontaram as publicações científicas e congressos como as principais ferramentas para atualização e educação continuada, reforçando que as estratégias de aprendizagem assimiladas na residência influenciam na carreira profissional. Conforme relatos, atividades de aprendizagem e avaliação que abordam especificamente a comunicação e o profissionalismo normalmente não fazem parte da hematologia. Contudo, evidências sugerem que desvios do profissionalismo podem ser resultantes de falhas na comunicação.

Conclusão

Embora não sejam requisitos obrigatórios dos programas de residência em hematologia, a demonstração de que a aprendizagem contínua, o profissionalismo e a comunicação foram considerados as competências mais importantes para a prática por uma coorte de hematologistas atuantes no Brasil, reforça a relevância dessas competências para a prática da hematologia, e a importância da sua incorporação nos programas de formação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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