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Vol. 44. Issue S2.
Pages S228-S229 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S228-S229 (October 2022)
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ANÁLISE RETROSPECTIVA DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA COM FALHA DE TRATAMENTO A DOIS INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE
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IL Argania, R Centroneb, J Sapellic, GO Duartea, A Alvesb, CA Souzaa, K Pagnanob
a Centro de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), São Paulo, SP, Brasil
b Hemomed, Instituto de Estudos e Pesquisas São Lucas (IEP), São Paulo, SP, Brasil
c AC Camargo Câncer Center, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Analisar a sobrevida global, resposta hematológica, citogenética e molecular, de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) tratados com inibidor de tirosina quinase (ITQ) em terceira linha, além de avaliar os dados clínicos e laboratoriais dos pacientes e motivo para a troca de esquema terapêutico.

Material e métodos

Estudo multicêntrico, tipo coorte, retrospectivo, através de análise de prontuários de pacientes com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) em fase crônica, tratados inicialmente com imatinibe, seguido de dasatinibe ou nilotinibe, com falha ou intolerância de resposta terapêutica à segunda linha terapêutica, seguido de terceira linha (ITQ ou transplante). O desfecho principal do estudo foi avaliar a sobrevida global de pacientes com LMC após a falha a dois inibidores de tirosina quinase. Desfechos secundários incluíram taxa de resposta hematológica, taxa de resposta citogenética completa e taxa de resposta molecular maior, motivos para a troca de esquema terapêutico e avaliação das mutações relacionadas a resistência. A sobrevida global foi calculada a partir do inicio da terceira linha de tratamento até óbito ou ultimo seguimento pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças pelo log-rank.

Resultados

Entre janeiro de 2015 e maio de 2022 foram incluídos 47 pacientes, com mediana de idade 50 anos (20-77 anos), 57% do sexo masculino. O tempo mediano da primeira linha de tratamento (imatinibe) foi de 22 (2-120) meses, e o da segunda linha de tratamento (dasatinibe ou nilotinibe) de 14 meses (1-120). 34 (72%) pacientes trocaram para uma terceira linha de tratamento por falha de resposta terapêutica, e 13 (28%) por intolerância. A terceira linha de tratamento foi dasatinibe em 15 pacientes, nilotinibe em 30 e 2 pacientes foram submetidos a transplante de medula óssea (TMO). Quanto a resposta à 3ªlinha, 25 (53%) pacientes tiveram resposta hematológica, 16 (34%) pacientes resposta citogenética, 5 pacientes resposta molecular maior (10%) e 1 paciente sem dado disponível por perda de seguimento. Vinte e cinco pacientes foram encaminhados ao TMO e 18 foram transplantados (na 4ª linha terapêutica). Houve 19 óbitos. A sobrevida global foi 48%, sendo 42% no grupo resistente e 70% no grupo com intolerância ao segundo ITQ (P = NS). Quanto à pesquisa de mutações do ABL relacionadas à resistência, 12 pacientes apresentaram mutações (T315I-4; F317L-3; M244V-1; F359V-1, E255K/T351I-1) e dois casos o polimorfismo E499E. Mutações não foram pesquisadas em 2 casos.

Discussão

O tratamento após falha a um inibidor de segunda geração é ainda uma necessidade não atendida do paciente com LMC e esses pacientes tem um prognóstico reservado. No Brasil o acesso aos ITQ de terceira ou quarta geração é limitado. Neste trabalho buscamos definir o perfil dessa população e a eficácia das estratégias atualmente disponíveis (uso de outro inibidor de tirosina quinase de segunda geração ou transplante alogenico) visando possíveis estratégias terapêuticas futuras para este grupo de pacientes, como os ITQ de 3ª ou 4ª geração ou novas drogas). Esse trabalho confirmou dados da literatura mostrando que a resposta à outro inibidor de segunda geração como terceira linha apresenta resultados inferiores, principalmente nos pacientes com resistência a dois ITQ prévios. Os casos de troca por intolerância apresentam melhores resultados, embora não houvesse significância estatística pelo número de casos analisados.

Conclusão

A troca de um ITQ de segunda geração por outro da mesma geração apresenta baixas taxas de resposta citogenética e sobrevida global. Esse grupo se beneficiaria do uso de ITQ de 3ª ou 4ª geração.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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