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Vol. 42. Issue S2.
Pages 19 (November 2020)
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ANÁLISE IN VITRO DO DANO AO DNA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO OU SUSPEITA DE HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA E CORRELAÇÕES COM DESFECHOS CLÍNICOS
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1882
J.C. Fontanaa, V. Kirjnera, F. Carlottob, N. Kerstinga,c,d, B.A. Machadoe, L. Sekined, C.R. Araújob,e, T. Onstend,f, A.S. Leistner-Segalc
a Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
b Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
c Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas (PPGCM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
d Serviço de Hemoterapia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
e Serviço de Hemoterapia, Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Passo Fundo, RS, Brasil
f Departamento de Medicina Interna, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
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A hemocromatose hereditária é caracterizada pela sobrecarga de ferro, ligada principalmente a mutações no gene HFE. O manejo dos pacientes com este diagnóstico é a flebotomia. O excesso de ferro desencadeia uma série de reações, onde o radical livre causa o dano oxidativo ao DNA. A ferritina é o primeiro marcador observado quando há aumento de ferro sérico, sendo anormal quando a dosagem é>200ng/mL em mulheres e>300ng/mL em homens. É importante avaliar se os prováveis danos ao DNA, gerados pela sobrecarga de ferro, se correlacionam com os desfechos clínicos e genótipos dos pacientes. Foram recrutados 68 pacientes no ambulatório transfusional do Serviço de Hemoterapia do HCPA, onde foram coletados 2mL de sangue periférico em tubo EDTA. Foram feitas análises de genotipagem, por PCR em Tempo Real, e análise de dano ao DNA, por ensaio cometa alcalino. Os resultados do ensaio cometa foram avaliados em duplicata, de maneira cegada e descritos em percentual para células sem dano, danos mínimos, danos moderados e danos extensivos. O protocolo da técnica estabelecido na literatura por Singh (1988) e Collins (2004) foi seguido. Os dados de genotipagem foram analisados por discriminação alélica. Foram realizadas correlações de Pearson e comparações por Kruskal-Wallis, de acordo com a distribuição das variáveis, sendo considerado significante se p<0,05. Os dados foram avaliados no software SPSS 19.0. A idade mediana dos pacientes é de 56,3 (29,2-74,7) anos ao recrutamento, IMC médio de 28,67±4,13 e ferritina mediana de 611,5 (29-2424,9) ng/mL. A comorbidade mais frequente foi a hipertensão arterial sistêmica (HAS) (50%), seguido por diabetes (DM) (17,6%), cardiopatias (11,8%) e hipotireoidismo (10,3%). Quanto aos genótipos, seguiu a seguinte distribuição: HFE - (23); H63D/WT (11); C282Y/H63D (10); C282Y/C282Y (9); H63D/H63D (6); C282Y/WT (5); C282Y/S65C (4). As distribuições de dano mínimo, do ensaio cometa, estão relacionadas à HAS (p=0,019). O IMC referente a obesidade grau 1 se correlaciona com o dano extensivo (p<0,01). Valores elevados de ferritina se correlacionam com dano mínimo (p=0,028), dano moderado (p<0,0001) e dano extensivo (p=0,042). Foi criada linha de tendência preliminar para os percentuais de células com maior incidência: sem dano, com dano mínimo e dano moderado. Foi considerado como variável independente o valor de ferritina. Os valores de r2 atribuídos são 0,04, 0,1313 e 0,6182, respectivamente. O genótipo H63D/H63D está correlacionado a ausência de danos (p<0,05), enquanto o genótipo C282Y/WT é correlacionado a danos mínimos (p<0,05). Não houve correlação estatística significativa entre os genótipos no que se refere ao dano moderado. Os dados do ensaio cometa se correlacionam com a comorbidade mais prevalente, assim como com o valor da ferritina. Os dados são preliminares e, à medida que for aumentado o n amostral, outros desfechos clínicos podem ser associados. Está prevista a análise da expressão de RNA mensageiro de enzimas de reparo do sistema BER para maior entendimento da origem do dano.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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