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Vol. 43. Issue S1.
Pages S498 (October 2021)
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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES POR LINFOMA NÃO HODGKIN NO BRASIL
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MM Salvaroa, MD Justob, MD Frassettob, LHR Mosenab, LG Onófrioa, FS Bolentinec, JVM Santosd, MTD Justob, RJ Rosab, AD Pontesa
a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil
b Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma, SC, Brasil
c Centro Universitário Atenas (UniAtenas), Paracatu, MG, Brasil
d Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Palhoça, SC, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

Os linfomas são tumores sólidos do sistema imunológico. O linfoma não-Hodgkin (LNH) é responsável por cerca de 90% de todos os linfomas e os restantes são referidos como linfoma de Hodgkin. A incidência de LNH é de 5,1 por 100.000, com taxa de mortalidade de 2,5 por 100.000 em todo o mundo. Objetiva-se, então, com o presente estudo avaliar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes internados por linfoma não Hodgkin e os custos das internações no Brasil.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo, com coleta de dados secundário através do Sistema de Morbidade Hospitalar no banco de dados do DATASUS. A população foi composta por todos os pacientes internados no Brasil entre 2010 e 2020 em decorrência de linfoma não Hodgkin. Avaliou-se também a taxa de mortalidade por essas doenças no mesmo período. Os dados foram estratificados conforme número de internações, valor total gasto, valor por internação, sexo, raça, faixa etária, número de óbitos e taxa de mortalidade. Por tratar-se de fonte de dados de acesso público, o estudo não necessitou de aprovação pelo comitê de ética em pesquisa e humanos.

Resultados

No período proposto foram registradas 158.594 internações por linfoma não Hodgkin, com uma média de 14.418 casos/ano. Quando analisadas as regiões, houve maior prevalência na região sudeste com 49,54% (n = 78.566), seguido região sul com 20,93% (n = 33.400), nordeste com 20,17% (n = 31.994), centro-oeste com 6,09% (n = 9.660) e norte com 3,14% (n = 4.974). Houve um predomínio do sexo masculino com 59,68% (n = 94.645) sobre o feminino com 40,32% (n = 64.949). Em relação a faixa etária, a mais acometida foi entre 50 a 59 anos com 18% (n = 28.489), 60 a 69 anos com 17,86% (n = 28.330) e 40 a 49 anos com 12,45% (n = 19.748). Enquanto a menos acometida foram aqueles com menos de 4 anos com 3,09% (n = 4.894). A raça com maior número de pacientes foi a branca com 48,01% (n = 76.136) e parda com 30,69% (n = 48.681). Essa população ficou um tempo médio de 8 dias hospitalizados, independentemente se enfermaria ou UTI, totalizando um total de R$290.548.242,9 reais gastos e uma média de 1.832,03 reais por internação. De todos os pacientes internados, 14.189 foram a óbito, apresentando uma taxa de mortalidade de 8,95%.

Discussão

Semelhante a outros tipos de câncer, LNHs surgem por um acúmulo de alterações genéticas que induzem uma vantagem de crescimento seletivo do clone maligno. As translocações que ocorrem durante as etapas da diferenciação de células B, são muitas vezes um passo inicial na transformação maligna. Essas translocações levam à expressão desregulada de oncogenes que frequentemente controlam a proliferação, sobrevivência e diferenciação celular. O tipo mais comum de linfoma não-Hodgkin é o linfoma difuso de grandes células B (LDGCB). O LDGCB é mais comum em idosos na sétima década de vida, embora também ocorra em adultos jovens e raramente em crianças.

Conclusão

Diante disso, os achados concordam com a literatura existente e, por conseguinte, são consistentes com a epidemiologia do Linfoma não Hodgkin, demonstrando maior prevalência de internações homens com mais de 60 anos, com poucos casos na população pediátrica. Ademais, trata-se de uma doença que despende elevado gasto público em sua intervenção, sendo importante o conhecimento daqueles acometidos por essa doença, com intuito de melhorar a qualidade de vida destes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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