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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 308
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TRIAGEM DO ANTÍGENO NS1 DA DENGUE EM CONCENTRADOS DE HEMÁCIAS: AVALIAÇÃO EM SERVIÇO PRIVADO DE HEMOTERAPIA NO INTERIOR PAULISTA
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ICG Branco, MP Carlin, JS Carrascosa, MDJ Rodrigues, JDJ Santos, TFC da Silva, LCC Barboza, CHR Kruzich, CADA Kruzich, CA Joussef
Hospital Unimed Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A dengue é uma arbovirose de grande relevância em saúde pública, especialmente em regiões endêmicas como Brasil. A possibilidade de transmissão transfusional representa um risco emergente, principalmente em pacientes imunocomprometidos. O antígeno NS1, marcador precoce de infecção, pode ser detectado na fase de viremia, sendo uma ferramenta promissora para triagem laboratorial. No entanto, ainda não há exigência regulatória para sua inclusão nos testes obrigatórios em doadores de sangue.

Objetivos

Investigar a presença do antígeno NS1 do vírus da dengue em concentrados de hemácias liberados para estoque e transfusão, em um serviço privado de hemoterapia localizado em região endêmica.

Material e métodos

Estudo observacional, transversal e analítico, realizado entre março e maio de 2025, na Agência Transfusional do Hospital Unimed Piracicaba/SP. Foram analisadas 412 bolsas de concentrado de hemácias por meio de teste imunocromatográfico rápido para detecção qualitativa do antígeno NS1. As amostras foram coletadas antes da liberação clínica das bolsas. Resultados inválidos foram repetidos conforme critérios técnicos.

Resultados

Não foi detectada positividade para o antígeno NS1 em nenhuma das bolsas analisadas (0%; 95% IC 0–0,89%). Todos os testes apresentaram linha de controle válida, e nenhuma apresentou linha de teste visível, indicando ausência de NS1 detectável nas amostras.

Discussão e conclusão

Apesar da alta incidência sazonal de dengue na região e da escolha de um período com maior circulação viral, os resultados não identificaram a presença do antígeno NS1 nos hemocomponentes testados. Esse achado pode refletir tanto a eficácia da triagem clínica dos doadores quanto a possível baixa concentração do antígeno em hemocomponentes com volume plasmático reduzido. Embora o teste imunocromatográfico tenha se mostrado tecnicamente viável, é importante considerar que sua sensibilidade pode ser limitada em amostras com baixo teor de plasma, como os concentrados de hemácias, o que pode influenciar a interpretação dos achados. Ainda assim, os dados obtidos reforçam a relevância da vigilância ativa para arboviroses e sinalizam o potencial uso desses testes em situações emergenciais, como surtos epidêmicos ou em populações transfusionais de maior risco. A produção de dados locais, como os deste estudo, pode subsidiar diretrizes regulatórias mais precisas e fomentar a realização de pesquisas multicêntricas mais amplas. Mesmo com resultado negativo, o trabalho contribui significativamente para o avanço do conhecimento sobre riscos infecciosos emergentes na hemoterapia. Em conclusão, a não detecção do antígeno NS1 em concentrados de hemácias, analisados durante um período de alta incidência de dengue, sugere que não houve risco transfusional evidente neste serviço. Além de reforçar a segurança dos protocolos vigentes, o estudo destaca o papel estratégico da triagem laboratorial como ferramenta de vigilância e prevenção em contextos epidêmicos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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