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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3250
Acesso de texto completo
TRATAMENTO DA ANEMIA HEMOLÍTICA NO BRASIL: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES DE 2014 A 2024
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29
RN Ruschela, AFB de Oliveiraa, E Capovillaa, LF Proençaa, MS Gonçalvesa, MY de Castroa, MZ Viannaa, BS Cimirroa, JWDO Romanovb
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
b Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A anemia hemolítica é caracterizada pela hemólise prematura dos eritrócitos. A hemólise pode ocorrer tanto intravascular, quanto extravascular, os mecanismos incluem defeitos intrínsecos nas hemácias e fatores extrínsecos. Trata-se de um grupo heterogêneo de doenças cujo tratamento deve ser individualizado conforme as características de cada paciente.

Objetivos

Analisar a epidemiologia das internações para o tratamento da anemia hemolítica no Brasil entre 2014 e 2024.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de informática do SUS (DATASUS). Neste estudo, foram incluídos dados referentes às internações para o tratamento da anemia hemolítica.

Discussão e conclusão

No período analisado foram registradas 158.198 internações para o tratamento da anemia hemolítica. Em relação ao caráter das internações 90,52% (n = 143.213) foram em regime de urgência e 9,47% (n = 14.985) foram eletivas. O ano de 2024 concentrou a maioria das internações (n = 17.227; 10,88%), representando um aumento de 34,23% em relação a 2014 (n = 12.833). A média de crescimento anual das internações foi de 3,83%. O ano de 2020 (n = 11.544) registrou a maior queda em relação ao ano anterior, com 26,91% menos internações que em 2019 (n = 15.793), possivelmente devido à pandemia de Covid-19. O Sudeste (n = 76.538; 48,38%) apresentou o maior número internações, seguido pelo Nordeste (n = 46.793; 29,57%), pelo Centro-Oeste (n = 12.949; 8,18%), pelo Sul (n = 11.784; 7,44%) e pelo Norte (n = 10.134; 6,40%). Em relação a taxa de mortalidade, o Norte registrou a maior taxa (2,62%), seguido do Sul (2,52%), do do Nordeste (1,95%), do Sudeste (1,85%), e do Centro-Oeste(1,68%). A taxa de mortalidade média do país, no período, foi de 1,97%. A permanência média foi de 6,1 dias. As regiões Sudeste (6,2 dias), Nordeste (6,1 dias), Norte (6 dias), Centro-Oeste (5,9 dias) permaneceram próximas da média, apenas o Sul (5,2 dias) distanciou-se da média nacional. O Sul registrou o maior valor médio de permanência (R$580,38), seguido do Sudeste (R$528,95), Centro-Oeste (R$495,35), Nordeste (R$456,56) e Norte (R$452,16). As internações para tratamento da anemia hemolítica ocorreram predominantemente em caráter de urgência, com crescimento progressivo ao longo do período, excetuando-se a queda acentuada em 2020, possivelmente relacionada ao impacto da pandemia de Covid-19 sobre o acesso a serviços de saúde. Houve um predomínio de internações na região Sudeste, explicadas, em parte, pela maior densidade populacional, seguido do Nordeste. Apesar de concentrar o menor número absoluto de internações, a Região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade, o que pode estar relacionado a barreiras de acesso ao diagnóstico precoce e a tratamento especializado, situação semelhante à observada no Sul, que também apresentou elevada taxa de mortalidade. A permanência hospitalar manteve-se próxima à média nacional em quase todas as regiões, embora o Sul tenha registrado menor tempo médio associado ao maior custo por internação, sugerindo diferenças nos protocolos assistenciais e no perfil de complexidade dos casos.

As internações para o tratamento da anemia hemolítica demonstraram um crescimento contínuo durante o período analisado. Os achados reforçam a importância de estratégias que visem reduzir desigualdades no manejo da anemia hemolítica e aprimorar o acesso a cuidados especializados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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