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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 874
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TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS A FRESCO: RESULTADOS INICIAIS DE UMA ESTRATÉGIA VIÁVEL NO SUS
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RDS Oliveira, AC Martins Oliveira Menezes Silva, CG Miranda, KA Da Silva, LS Dos Santos, PC Da Silva
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) autólogo é amplamente utilizado no tratamento de neoplasias hematológicas, sendo a criopreservação o método padrão para armazenar células coletadas. No entanto, essa prática envolve custos elevados e riscos associados ao uso do DMSO. Em 2024, o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HEMORIO) realizou os primeiros TCTH a fresco no SUS, buscando avaliar a eficácia e a viabilidade dessa estratégia alternativa.

Objetivos

Descrever a eficácia e a viabilidade do transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas (TCTH) a fresco (não criopreservado), em comparação ao modelo tradicional de criopreservação, nos primeiros procedimentos realizados no Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio).

Material e métodos

Estudo retrospectivo descritivo, realizado mediante análise de prontuários físicos e eletrônicos de seis pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo submetidos ao TCTH entre 2024 e 2025. Foram comparados dois grupos: três pacientes que receberam infusão de células-tronco a fresco (em até 48 horas após a coleta) e três pacientes que receberam células criopreservadas. As variáveis analisadas incluíram: tempo de internação, tempo para pega medular (neutrófilos ≥ 500/µL por dois dias consecutivos) e parâmetros hematológicos na alta hospitalar (hemoglobina, hematócrito, leucócitos totais e neutrófilos absolutos).

Resultados

O tempo médio de internação foi de 18,3 dias no grupo a fresco, em comparação a 29 dias no grupo criopreservado, evidenciando uma redução significativa de aproximadamente 11 dias na hospitalização. Quanto ao tempo para a pega medular, a média foi de 9,6 dias no grupo a fresco e 11 dias no grupo criopreservado, indicando uma tendência de recuperação hematológica mais rápida nos pacientes que receberam células não criopreservadas. Os parâmetros hematológicos na alta hospitalar apresentaram-se semelhantes entre os grupos. No grupo à fresco, a hemoglobina variou entre 8,6 e 9,2 g/dL; leucócitos entre 7,8 e 9,97 10³/µL e neutrófilos entre 2,36 e 7,52 10³/µL. No grupo criopreservado, a hemoglobina variou entre 8,0 e 10 g/dL; leucócitos entre 5,56 e 8,97 10³/µL e neutrófilos entre 3,71 e 6,85 10³/µL. Esses dados indicam que a recuperação hematológica foi equivalente em ambos os grupos, sem impacto negativo decorrente da ausência de criopreservação.

Discussão e conclusão

Além dos aspectos clínicos, o TCTH à fresco apresenta vantagens operacionais e econômicas relevantes. A redução no tempo de internação diminui a exposição a infecções hospitalares e as complicações associadas, favorecendo o retorno precoce ao ambiente domiciliar e ambulatorial. Institucionalmente, há a otimização do uso de leitos e a redução de custos relacionados à internação prolongada, à aquisição de insumos como o dimetilsulfóxido (DMSO) e à necessidade de equipamentos e profissionais especializados em criopreservação. Os resultados preliminares sugerem que o TCTH autólogo à fresco é uma alternativa eficaz, segura e economicamente viável ao modelo tradicional de criopreservação. Apesar do número reduzido de pacientes analisados, a estratégia demonstrou benefícios clínicos e operacionais, sem comprometer a recuperação hematológica dos indivíduos. A ampliação da casuística e a padronização de protocolos são essenciais para consolidar essa prática como uma abordagem viável no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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